Ex-assessor de Carlos Bolsonaro retirou em espécie todo o salário

Reportagem de Aguirre Talento e Juliana Dal Piva em O Globo informa que extratos bancários revelados no curso da investigação da “rachadinha” mostram que o cabeleireiro Márcio Gerbatim sacou, mensalmente, todo o salário que recebeu como assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara do Rio entre abril de 2008 e abril de 2010. Ex-companheiro de Márcia Aguiar, atual mulher de Fabrício Queiroz, ele sacou R$ 90 mil neste período.

O inquérito conduzido pelo Ministério Público do Rio apura um esquema de desvio de recursos no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio. Por determinação da Justiça, foram quebrados os sigilos bancários de Flávio e ex-assessores, caso de Gerbatim, que foi funcionário do então deputado estadual entre 2010 e 2011, após trabalhar no gabinete do irmão.

A conta no Banco do Brasil que aparece na investigação foi usada pelo cabeleireiro para receber o salário como funcionário da Alerj, mas, como o período da quebra do sigilo vai de 2007 a 2018, os extratos também mostram sua movimentação bancária quando foi assessor de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio. O vereador é investigado em outro procedimento do MP-RJ, sob suspeita de “rachadinha” e de ter nomeado funcionários fantasmas.

Entre maio de 2008 e maio de 2010, quando recebeu o último pagamento, Gerbatim obteve R$ 89.143,64 da Câmara de Vereadores. No mesmo período, o total de créditos na sua conta foi de R$ 93.422,91. Já as retiradas em dinheiro vivo totalizaram R$ 90.028,96. No ano passado, o jornal “O Estado de S. Paulo” mostrou que ele nunca teve crachá de identificação na Câmara de Vereadores.

(Foto: Renan Olaz/CMRJ)