Deputado questiona projeto de colégio cívico-militar

O deputado estadual Arilson Chiorato, em seu pronunciamento na sessão remota da Assembleia Legislativa do Paraná, apontou problemas no projeto de lei 543, que visa instituir colégios cívico-militares no estado. Arilson começou alertando para o interesse dos proponentes em aprovar com urgência um projeto que, segundo ele, precisa ser debatido com profundidade.


O deputado entende que a forma que o projeto está sendo abordado é prejudicial para a educação, pois desconsidera a “liberdade de cátedra, a diversidade, a essência do pensamento crítico e também a educação democrática”.

O parlamentar chamou atenção para o fato de que não é possível separar o projeto pedagógico do processo de administração escolar, pois é o modelo pedagógico que define o modelo administrativo da instituição. Arilson entende que este projeto parte de outro ponto, onde o processo administrativo influencia o conteúdo pedagógico, o que, de acordo com o deputado, faz com que o projeto seja puramente ideológico.
O deputado ainda demonstrou ser favorável a militares da reserva promoverem a segurança escolar, mas contra a influência na direção escolar.

“ACHÔMETRO” – Outra questão considerada pelo deputado é que não pode ficar sobre responsabilidade da comunidade definir se quer ou não este ou aquele modelo, pois, a educação é processo e resultado de um procedimento investigativo, de pesquisa teórica e empírica. Dessa forma, Arilson afirma que política pública não pode ser medida por “achômetro”. “É a mesma coisa que um médico acordar e ir no posto de saúde para eleger qual medicamento vai dar aos pacientes”.

A educação não pode ser vista como alheia à ciência, é através da ciência e de muitas pesquisas que as escolas são constituídas, desde a linha pedagógica, formação contínua de educadores e estrutura administrativa. “Definidor de política pública é a consciência científica e a robustez da pesquisa, o que a gente não tem nesse projeto”.

Arilson aponta ainda que este projeto distingue as escolas, pois essas não seguiriam o mesmo padrão. Afirma que a educação pública tem que ser democrática e garantir a isonomia, ao invés de promover a desigualdade entre os estudantes de uma escola para a outra. “O Governo precisa refletir sobre esse projeto, não pode criar distinção entre as escolas”.