Cresci aprendendo que Deus é o juiz que nos julgaria após a morte, com três possibilidades de veredito: O céu para bons e justos, o inferno para maus, ladrões, mentirosos, enganadores como políticos que prometem defender os pobres e se aliam os ricos, que dizem que são contra a corrupção, usam o combate como plataforma política, e depois de eleitos mudam completamente. Que diziam que o congresso tinha pelo menos trezentos picaretas e ao se eleger alinha-se com todos, da direita, da esquerda, do centro pequeno ou do centro grande, especialmente os que criticavam antes. Deus não perdoaria os mentirosos que falam em verdade, que conhecer a verdade é a forma de libertação. Os que usam a religião e o seu nome em vão.
Teria uma terceira opção de sentença, que beneficiaria os que fizessem ‘delação premiada’ ou ‘autodelação’, demonstrassem arrependimento dos ‘pecados’, cujos erros não fossem tão graves quanto desviar dinheiro da saúde e educação, receber doações de empreiteiras, como que colocam sobrepreço nas obras, prometer hospitais para crianças, em prazo impossivel,para beneficiar filha candidata na disputa de cargo de deputado. Para esses o purgatório seria uma oportunidade, uma espécie de ‘segunda época’, que dependeria de bons advogados ( orações de interseção), promessas, o ‘arrependimento sincero’, reitero,sem a certeza do céu, mas com boas possibilidades de escapar do inferno, onde haveria ranger de dentes, fogo maior que o que atinge o pantanal e a Amazônia, sem qualquer dúvida da sua existência, e contestação dos números e acusação que seriam de esquerda ou de direita.
Cresci com a crença que todo juiz de Direito seria direito, incorruptível, pelo contrário, aí de quem tentasse ganhar uma causa oferecendo propina para compra da sentença, ainda que disfarçadamente. Contava-se uma história de que numa disputa de terras, salvo engano, uma das partes que não tinha razão, mandou um porco de presente para o juiz , em nome da outra parte, e com isso ganhou a demanda, justamente porque o juiz se sentiu alvo de tentativa de suborno.
Juiz de Direito, padre, delegado de polícia e gerente do Banco do Brasil (aqui puxo a brasa para minha sardinha), eram figuras, dentre as não eleitas por voto, das mais respeitadas, acima de qualquer suspeita.
Passadas seis décadas, na atual existência, e para responder a questão proposta no título, não tenho a menor dúvida que Deus não é o juiz que devemos temer (ser tementes). Seremos julgados, após a morte do corpo físico, já que morte, no sentido de fim, ( ninguém é finado) do acabar tudo, não existe, pela própria consciência, uma espécie de HD, onde tudo está registrado, não só da atual, como das múltiplas existências anteriores que tivemos, pois não restam dúvidas que passamos por muitas reencarnações e quase todos ainda passaremos por outras.
Nem todo juiz de direito é direito e muito menos deus, como alguns pensam, seja de primeira instância, desembargador e até ministro do STF, cujo s de supremo é confundido com o Deus de verdade que acreditamos, supremo em bondade, perfeição, justiça.
Sem querer julgar, mas já julgando, juiz que vende sentença, que recebe propina, se verdadeiras as três opções de céu, inferno, e purgatório, vai direito para inferno, assim com todos os servidores públicos, fiscais, policiais, e demais pagos com dinheiro público para servir e servem-se do serviço público (óbvio que não são todos, talvez uma minoria). Se for político e comissionado, então, sem a menor chance de purgatório, vai arder no mármore do inferno ( e não adianta construir túmulos suntuosos de mármore).
Que este texto, saído da minha consciência, talvez inspirado por um mentor, sirva para reflexão de todos os leitores que dedicaram seu tempo para lê-lo até o fim e entre nos créditos que me esforço para ter, para abater os débitos que acumulei ao longo da múltiplas existências, para me permitir, se não o céu, a chance do purgatório num Planeta melhor, que pode ser a própria Terra, transformada um Mundo de Regeneração o mais rápido possível.