Bom debate, bom combate

O momento é debates eleitorais, que muitas vezes se transformam em verdadeiros combates no sentido literal da palavra, com o único objetivo de alcançar o poder e servir-se, muito mais que servir, que deveria ser a finalidade de um prefeito ou de um vereador, por exemplo.

Um bom debate de ideias e propostas, pregando o combate à corrupção, que é uma praga devoradora de recursos públicos, deveria ser a tônica dos debates entre candidatos no rádio e na televisão, mas raramente tem acontecido. No debate bom a verdade deveria ser conhecida (E conhecereis a verdade e verdade vos libertará, lembram dessa frase?), pois o que faltou de debates na última eleição presidencial, talvez tenha ocultado certas verdades que agora aparecem.

O momento, mais do que nunca, é de reflexão sobre a vida e a pandemia do coronavírus  nos faz lembrar a fragilidade da existência física, do corpo, que perde o combate para um inimigo invisível, camuflado.

 O que pensar dos gestores que se aproveitaram para ‘roubar’, desviar recursos, enriquecer às custas do erário? Alguns estão nos debates e contra esses é preciso combater o bom combate, como disse Paulo de Tarso.

  “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”. ( Timóteo 4: 7-8)

A que bom combate Paulo de Tarso se referia?

Em nossas vidas, deparamo-nos com diversas situações conflituosas representadas pelas dificuldades de toda ordem, podendo asfixiar a fé, a confiança, os talentos que Deus nos deu e a esperança em dias melhores na busca dos nossos objetivos, ideais e perspectivas de servir. Estas situações podem, também, ser vistas como condicionamentos ou reflexos dominantes da personalidade que se expressam sob a forma de interesses passageiros, superficiais e que não cedem espaço a entendimentos mais profundos.

Não basta combater os inimigos externos, pois a essência está na luta íntima, no combate das nossas imperfeições morais, em que devemos buscar a melhoria como seres humanos, estabelecendo harmonia em nossas convivências fraternas, quer sejam elas familiar, profissional, social, religiosa ou outras tantas.

Assim travamos, dentro de nós, uma luta interna do bem contra o mal, ou o bom combate, lutando contra as nossas tendências inferiores. Desta luta, desejamos ardentemente vencer e manter a fé, a confiança e a esperança, transformando-as em aspirações libertadoras. Devemos combater tudo aquilo que esteja em desacordo com a ética e a moral, conforme a Palavra de Deus.

A corrente vibratória do bem estimula ao progresso, capacita para a harmonia e posiciona para a glória imortal. Luta é bênção. Sem ela a vida periclita e degenera. A luta é um desafio abençoado que a lei do progresso impõe. É preciso lutar em paz, alegremente, sabendo que os bons Espíritos lutarão ao nosso lado em nome do lutador incessante que é Jesus, permanecendo sempre conosco.

Podemos combater pelo conhecimento das verdades que libertam, aproveitando-as para edificar a morada interior em alicerces celestes. Do entendimento e da conduta de cada um de nós, dependerá a felicidade ou o infortúnio.

Se conseguirmos desencadear esta luta, escalando os cimos de evolução para a emancipação da alma, utilizando os arsenais do amor, do trabalho, da abnegação, do devotamento e do testemunho vivo das virtudes, teremos, como Paulo, combatido o bom combate e vencido mais uma etapa, e mantido a fé e a confiança em Deus.

Basta um olhar “a vol d`oiseau” na história da vida dos grandes benfeitores da Humanidade e vamos encontrar um denominador comum entre todos eles: a luta, o combate, a ação… 

Para subir a montanha altaneira há que se despender esforços, suores, sujeitar-se a tropeços e ter muito fôlego… Assim também a grande escalada aos cimos da evolução. Portanto, o esforço, o combate, a ação são sinônimos de vida e “vida abundante”. 

“homem-velho”, recamado com o azinhavre das viciações e despautérios, não cede terreno fácil… Consequentemente, a ascensão não será lograda sem o empenho contra os ancestrais atavismos estimuladores dos equívocos. 

Onde nos municiarmos para essa batalha?   

Evidentemente nos arsenais do amor, do trabalho, da abnegação, do devotamento e do testemunho vivo das virtudes. 

Ensina Joanna de Ângelis, mentora de Divaldo Franco, que existe luta e luta, isto é, o “bom combate” da referência evangélica, capaz de oferecer-nos como vitória os cimos gloriosos da emancipação espiritual e o mau combate, que é o que visa exclusivamente às conquistas horizontais e perecíveis da matéria, sem oferecer a mínima visão vertical. 

Que este texto, inspirado em dois outros, encontrados em juancarlosespiritismo.blog e de Rogério Coelho em oconsolador.com.br, sirva para  pensarmos  que com a ‘arma’ do voto, podemos fazer o bom combate, no debate permanente para um mundo melhor, começando pelo nosso município.

(Foto: George Becker)