Uns para o quartel e outros para catacumba da história

De Reinaldo Azevedo, em postagem intitulada “Que política mande milicos para quartel e reaças para catacumba da história“:

Como política é coisa cá da Terra, que se dá entre humanos, descarte-se de saída o Bem Absoluto. Isso é coisa de fanáticos. Não raro, de homicidas em massa — potenciais ao menos. Gente com os meridianos ajustados vive compelida a escolher o mal menor. Se você tiver um grãozinho de loucura e for do tipo otimista, escolherá o que julga ser, na comparação, o bem maior, sabendo, no entanto, que conta aos outros uma mentira para que não desanimem… Será sempre… o mal menor!

Mas atenção! É preciso que seja realmente o mal menor, e não faces do mesmo mal. “Não entendi, Reinaldo, está abstrato demais!” Pois não! Então vamos dar materialidade, fumaça e fogo à conversa. Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, certamente em coordenação com o presidente da República, chutou o traseiro e a honra do general Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo e coordenador político do Palácio do Planalto.

Ramos, não custa lembrar, era Comandante Militar do Sudeste quando foi guindado à posição de… articulador político. Alguém já disse que, se um troço só dá no Brasil, ou é jabuticaba ou é besteira. Huuummm… Há jabuticabeiras em outras partes do mundo. Besteiras também. Creio, no entanto, que não há país tão prolífico em jabuticabas e besteiras ao mesmo tempo.

Síntese rápida. Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista Bela Megale escreveu que Salles, ao anunciar que o Ibama suspenderia suas atividades contra queimadas e desmatamento por falta de recursos, estava esticando a corda com a ala militar do governo. O ministro do Meio Ambiente Tóxico foi para o Twitter e mandou bala contra o general:
“@MinLuizRamos não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo da forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca”. Leia mais.

(Foto: Anderson Riedel/PR)