As emendas que Ricardo Barros deveria defender
Office-boy de luxo em Brasília, o deputado Ricardo Barros (PP) está passando novamente por um corredor polonês, desta vez por defender uma nova Constituição via Constituinte, reduzindo direitos e aumentando deveres dos brasileiros. Líder do governo Bolsonaro, todos enxergam que foi o presidente da República quem o orientou.
O resultado: críticas de todos os lados, inclusive de apoiadores do governo federal. Analistas políticos, como Reinaldo Azevedo e Carlos Andreazza, o detonaram, tacharam de irresponsável a possibilidade. Josias de Souza caprichou:
“Barros tem razão. Há direitos demais e deveres de menos no texto constitucional. Mas os ajustes não dependem de uma Constituinte. Podem ser feitos por meio de emendas constitucionais. Para ser tomado a sério, o líder do governo deveria cogitar a imposição de deveres adicionais a si mesmo.
O deputado já teve mandato cassado e é alvo de diferentes investigações. Na penúltima encrenca, o Ministério Público do Paraná o denunciou por receber mais de R$ 5 milhões em propinas entre 2013 e 2014, quando era secretário de Indústria e Comércio. Barros alega ser inocente. Deveria angariar votos para duas emendas constitucionais.
Numa, elimina-se o “direito” dos parlamentares ao foro privilegiado. Noutra, institui-se o dever de se apresentar à penitenciária sempre que for condenado em segunda instância. Se conseguir aprovar essas duas emendas, Ricardo Barros será patrono de uma revolução”.
(Foto: Michel Jesus)