Flávio pede a brasileiros que se façam de bobos

Por Josias de Souza:

No Brasil, o limite entre o que um político pode e o que não pode fazer é a capacidade da imprensa de descobrir os malfeitos. Flávio Bolsonaro passa o feriadão com sua mulher na ilha de Fernando de Noronha. Espetou a conta no bolso do contribuinte. Apanhado, atribuiu o escárnio a um equívoco da assessoria. Prometeu devolver o dinheiro.

O primogênito do presidente tenta fazer crer que Noronha é um ponto fora da curva. Não cola. A viagem à ilha é apenas mais uma rachadinha, agora em versão turística. Como se sabe, Jair Bolsonaro é um defensor fervoroso da pátria e da família. Ensinou aos seus garotos o valor do patriotismo. Adultos, os filhos seguiram o exemplo do pai. Casaram-se com a pátria e foram morar no déficit público.

Dias atrás, a Procuradoria abriu investigação preliminar sobre o vaivém da folha do gabinete do então deputado Jair Bolsonaro. Tenta-se descobrir por que assessores eram demitidos e recontratados no mesmo dia. Beliscavam 13º proporcional, indenização e férias. Da noite para o dia, remunerações dobravam, triplicavam e até quadruplicavam.

Transferidos de pai para filho, pelo menos nove auxiliares de Bolsonaro viraram assessores de Flávio na época em que o hoje senador dava expediente como deputado estadual, na Assembleia Legislativa do Rio. Todos tiveram o sigilo bancário quebrado no caso da rachadinha, eufemismo para roubo de nacos de salários pagos pelo contribuinte. Leia mais.