Plano de vacinação tem uma solidez de gelatina
O assunto do domingo é a descoberta que o Ministério da Saúde entregou ontem à tarde o Supremo Tribunal de Justiça o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 sem o aval de todos os grupos técnicos estabelecidos para sua elaboração. Ou seja, os pesquisadores que assessoraram o ministério não foram consultados antes do envio do documento, que não traz todas as recomendações técnicas, como a inclusão de todas as populações vulneráveis, além da ampliação para todos os profissionais de educação e de áreas essenciais.
“Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido”, manifestou-se por exemplo a professora Ethel Maciel.
Para Josias de Souza escreveu no artigo intitulado “Plano de vacinação tem uma solidez de gelatina”: “Nas próximas semanas, a ausência de vacinação ganhará ares de crise no Brasil. Que crescerá na proporção direta do aumento da exibição de cenas de pessoas se vacinando em outros países. Respira-se no Brasil uma atmosfera burlesca. Em governos anteriores, as crises eram provocadas pela oposição. Hoje, Bolsonaro é quem faz a crise que pode carbonizar sua Presidência.
Desde o início da pandemia, o presidente sabia que a crise sanitária teria um custo. Imaginou que poderia repassar a fatura para governadores e prefeitos. Não colou. Bolsonaro finge não notar. Mas já começou a pagar a conta do seu descaso.
O plano de vacinação entregue ao Supremo, sólido como uma porção de gelatina, é uma tentativa de regatear o preço da crise. Se continuar pechinchando, Bolsonaro elevará o prejuízo”.
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