MMNP não divide privilégio e vive telecatch político

O movimento Mais Mulheres no Poder passa por uma verdadeira prova de democracia e de sensibilidade. A entidade, montada com objetivo político-eleitoral que deu resultado, ganhou do prefeito Ulisses Maia a prerrogativa de indicar a nova secretária da Mulher, a ser escolhida por ex-candidata a vereadora na segunda-feira. Quem espera que a o MMNP se sensibilize e abra espaço para que outras entidades participem da escolha, pode tirar o cavalo da chuva.

O tempo está fechando nos bastidores, mas não existe um sinal de que o movimento queira dividir com o Fórum Maringanse de Mulheres, com a Acim Mulher ou a Sociedade Rural Mulher o privilégio da escolha. Seria uma demonstração bonita, pois dividiriam também eventuais erros futuros.

Definidos os critérios, ontem às 23h59 encerrou-se o prazo para a inscrição de candidatas – e só podem ser mulheres que disputaram vaga no Legislativo e participaram do MMNP – e até agora, oficialmente, os nomes não foram divulgados. Seriam, no entanto, oito: Terezinha Pereira (PP), ex-secretária da Mulher e ligada ao deputado federal Ricardo Barros, tendo ocupado cargos comissionados indicada por ele; Alana Marquezini (PSD), Vera Lopes (PSD), Latife Ammar (Rede), Rose Leonel (Podemos), Cris Tazinato (PTC), Evelin Cavalini (Podemos) e Diretora Ednéia (PTB).

Inicialmente, o número seria de nove, mas Márcia Camargo teve o nome retirado por Margot Jung (PT), que alegou que a companheira se inscreveu por “engano”. Das oito que estariam oficialmente inscritas – a coordenação do movimento não se manifestou ainda publicamente – a que teria mais chances seria Terezinha Pereira, que quando ocupava a secretaria nas gestões de Silvio Barros II (PP) foi alvo de várias denúncias. Nestas eleições ela fez 159 votos com candidata a vereadora.

Política de carreira, Terezinha está fazendo campanha aberta para ser indicada e virar secretária da Mulher da gestão Ulisses Maia (PSD), e estaria contando inclusive com o apoio da petista Margot Jung. Terezinha, nas eleições municipais de 2004, foi o carrasco do PT maringaense, tendo inclusive ingressado na justiça para impedir que o partido usasse na campanha eleitoral o nome do irmão, o ex-prefeito José Cláudio Pereira Neto, morto em 2003, de câncer. José Cláudio havia sido eleito pelo PT, em 2000.

Para quem não pertence ao movimento e tem receio de se manifestar de for a pública, trata-se de um absurdo tanto poder concentrado em políticas, ex-candidatas. Por que não a participação nessa escolha de representantes da comunidade? Por que só o grupo? Por que reprovadas para vereadora estão habilitadas para secretária municipal? Por que o grupo não dá um bom exemplo e amplia a discussão? A disputa virou uma espécie de telecatch político, nada diferente do que se vê por aí entre homens.

ista tríplice ou abrir democraticamente para a participação de outras entidades parece não estar na pauta do movimento, que quando nasceu parecia ter inspirações mais nobres. No final das contas, pode ficar ruim para todos os lados – inclusive para a inspiradora do movimento, a vereadora diplomada Ana Lúcia Rodrigues (PDT), para o prefeito municipal e as outras demais instituições que de alguma forma representam mulheres;