Furando a fila da vacina?
Um caso que se configuraria fura-fila na vacina contra a covid-19 chegou ao Ministério Público Estadual, que iniciou campanha para apurar as denúncias envolvendo servidores públicos. Uma jovem servidora da área administrativa de hospital em Mandaguaçu foi vacinada na sexta-feira passada mesmo não pertencendo ao grupo prioritário estabelecido pelo Plano Estadual de Vacinação contra a Covid-19, já que ainda é pouca a disponibilidade de vacinas. Ela, que é mulher de Fabiano Batista, cargo comissionado que coordena o setor de Vigilância em Saúde da 15ª Regional de Saúde, chegou a postar a foto numa rede social.
De acordo com o anexo II do plano, que trata do escalonamento da vacinação em trabalhadores de saúde que atuam em serviços de saúde, os prioritários pertencem ao subgrupo 1 de trabalhadores de saúde (trabalhadores vacinadores/aplicadores da vacina), seguidos dos trabalhadores de instituição de longa permanência para idosos e dos trabalhadores de hospitais e serviços de urgência e emergência (UPA, Samu,
Siate), de referência covid-19, clínicas de diálise, serviços de oncologia, incluindo os que dão assistência direta a paciente, os que dão apoio e suporte (motorista, laboratório, imagem, limpeza, nutrição, entre outros) e aos que atuam em clínicas de diálise e serviços de oncologia, devido ao risco de transmissão. O Plano de Vacinação faz referência aos trabalhadores em, geral, “exceto de áreas administrativas”.
“Se você tiver notícia de alguma situação semelhante, pode e deve denunciar! Servidores públicos que “furam” a fila da vacinação ou favorecem essa prática cometem ato de improbidade administrativa e podem ser penalizados com o ressarcimento integral do dano, a perda da função pública e o pagamento de multa, entre outras sanções”, informa a campanha do MPE. A reportagem tentou falar mas não obteve resposta do coordenador.