Morre Herbert Bartz, pioneiro do plantio direto

Morreu na madrugada de hoje, na Santa Casa de Arapongas, o agricultor Herbert Bartz (foto), 83, um dos pioneiros do plantio direto no Brasil, técnica que gera economia e reduz o impacto no meio ambiente. O governador Carlos Massa Ratinho Junior lamentou sua morte em nota divulgada no final da manhã.

Bartz, morador de Rolândia, ajudou a dissiminar um sistema menos agressivo ao solo concretizou a esperança global de produzir alimentos em abundância e qualidade. “Perdemos uma das referências nacionais em agricultura, alguém que dedicou a sua vida a melhorar as técnicas para que os alimentos do campo chegassem na mesa com qualidade e rapidez”, afirmou o governador Ratinho Junior. “Que Deus conforte os seus familiares e amigos. Esse legado nunca será esquecido”.

Segundo o secretário de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, Bartz foi fundamental no desenvolvimento da agricultura paranaense. “É mais uma das mortes que vamos lamentar para sempre por se tratar de uma pessoa afável, um ser humano fantástico. A contribuição de Herbert Bartz para a agricultura brasileira e, particularmente, para a paranaense, é inestimável. Seu pioneirismo no plantio direto fará com que o sonho de produzir alimentos em abundância e qualidade perdure ainda por muitos e muitos anos”, acrescentou. Bartz morreu de complicações de pneumonia e deixa a esposa e dois filhos.

VIDA – Bartz nasceu em Rio do Sul (SC), em 14 de fevereiro de 1937, mas logo em seguida a família se mudou para a Alemanha e ele viveu em meio à fome, frio e solidão da Segunda Guerra Mundial. Voltou ao Brasil em 1960 e a família se fixou na Fazenda Rhenânia, em Rolândia, trabalhando com plantio de milho e arroz.

Logo ele percebeu que, no sistema convencional de produção, não sobrariam muitos recursos para o sustento familiar. Os problemas das chuvas tropicais irregulares, que vinham em excesso, após longo período de estiagem, lavavam as lavouras, carregavam as sementes e provocavam a erosão.

Em 1972, após importar uma máquina semeadora não agressiva, ele adotou o método que, no Brasil, passou a ser chamado de Plantio Direto. Consiste no mínimo ou na ausência de revolvimento do solo, manutenção dos restos culturais da safra anterior e em rotação de culturas. Com isso, conseguiu resultados positivos na produtividade da soja, na conservação do solo e na economia com menos uso de maquinários. (AEN)