Bomba: MP investiga transações milionárias de Ricardo Barros
Vultosas cifras movimentadas pelo deputado federal Ricardo Barros (PP) entre 2013 e 2015 estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal. A revelação é de Lie Vassalo e André Spigariol, da revista Crusoé. 0 período compreende os anos em que ele foi secretário de Indústria e Comércio do governo Beto Richa (PSDB). Os recursos movimentados eram incompatíveis com seu patrimônio. O caso está no Supremo Tribunal Federal, distribuído ao ministro Luís Roberto Barroso.
De acordo com a Receita Federal, em 2013 Barros movimentou R$ 1 milhão mas declarou R$ 445 mil ao Fisco. Em 2014 ele girou R$ 4,5 milhões, mas informou somente R$ 313 mil. Em 2015, suas transações chegaram a R$ 3 milhões, mas ele informou à Receita Federal rendimentos de R$ 456 mil. O deputado nega, fala que houve erro do Fisco e que se tratava de lucro de suas empresas, a maioria com as iniciais RC.
Em 2013 Barros ter recebido R$ 900 mil reais da RC4 Incorporações, mas o dinheiro teve outra origem, segundo as investigações: o Centro de Ensino Superior de Maringá, o Cesumar (hoje, Unicesumar), que tem como reitor Wilson Matos, ex-suplente do senador Alvaro Dias (Podemos). Segundo o inquérito, não há documentos que justifiquem essa transação. Em nota, a universidade informou tratar-se de “um mútuo entre as partes, quitado na época, declarado á Receita Federal que certificou sua regularidade”. A linha de defesa foi a mesma do deputado.
“Outra movimentação que intrigou os investigadores foi um depósito do empresário Defino Vilhena, no valor de R$ 80 mil, na conta de Barros. Ambos foram alvos de buscas e apreensões no ano passado em uma investigação do MP do Paraná sobre o suposto pagamento de 5 milhões de reais efetuado pela Galvão Engenharia ao deputado. Segundo os procuradores, as cifras seriam propinas repassadas como contrapartida à suposta ajuda dada por Barros à empreiteira para que ela conseguisse fechar negócios com a Copel, a estatal de energia do Paraná”, diz a reportagem.
Os desdobramentos das investigações prometem ser surpreendentes. A Receita Federal teria detectado outros depósitos suspeitos e aplicado multa superior a R$ 10 milhões ao parlamentar. O repasse teria sido feito por uma grande empresa local que realizou polêmica obra com recursos federais.