250 mil mortes, posso fazer alguma coisa? Pode


Ao atingir 250 mil mortes causadas pela covid-19 o momento não poderia ser outro senão de sofrimento e medo. Mas também um momento de reflexão, atitude e indignação, pois essa marca não pode ser vista como um número frio nas telas dos celulares.

São 250 mil pessoas que perderam suas vidas! Pergunte a você mesmo se conhece alguém que morreu por complicações da covid. Se você não conhece, certamente alguém próximo a você conhece.

A ciência aponta dois fatores importantíssimos capazes de mudar essa realidade: vacinação em massa da população e mudança do comportamento social (evitar aglomerações, uso de máscaras, etc).
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Quanto ao fato de vacinação em massa, esta é de responsabilidade do governo federal que tem o dever constitucional de implementar um programa nacional que vacine toda população rapidamente. Ocorre que governo federal, negacionista que é, está desgovernado desde o início da pandemia.
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Dados oficiais demonstram que quase dois meses após o início da vacinação pouco mais de seis milhões de pessoas (2,92% da população) receberam a primeira dose da vacina contra covid. Ou seja, nesse ritmo levariam cerca de quatro anos para vacinar toda população! Ainda, o negacionismo, a inércia e o desgoverno são tão grandes que após várias ações judiciais o STF decidiu por permitir que estados e municípios adquiram suas vacinas.
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Sobre o segundo fator, o comportamento social, não se trata de um problema menor, porque estamos falando da necessidade de uma mudança de comportamento. As pessoas passarem a se conscientizar que aglomerações aumentam a difusão do vírus e consequentemente o número de mortes. Mas o que esperar de uma sociedade que vê o próprio presidente negacionista causando aglomerações?
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“Se governo federal não cumpre a parte dele vacinando rapidamente a população o que eu posso fazer”? A resposta é: faça o que depende de você cumprindo as medidas de distanciamento social, evitando aglomerações, tomando medidas de higiene e usando máscara. Agindo assim você estará praticando um ato de amor à vida. À sua e à vida das pessoas que você ama.

Fiquem bem, cuidem-se.


(*) Paulo Vidigal é advogado em Maringá

(Foto: Pedro Guerreiro/Agência Pará)