Jovens promovem festa na cobertura do Hotel Elo

Os jovens do Hotel Elo de Maringá. Eles certamente têm pais e avós com razoável e/ou bom padrão financeiro, que os amam e admiram. São provavelmente estudantes universitários e, alguns, já com curso superior completo e com bons empregos.

Têm aspecto saudável; aparentam ser alegres e felizes. Assim, não pertencem nem fazem parte dos trabalhadores forçados a sair de casa todas as manhãs em busca do pão-de- cada dia, usando o transporte coletivo, em geral repleto de passageiros, alguns deles quem sabe já infectados pela covid, circulando pela cidade sem saber disso, dada a absoluta falta de testagem. Não estão desempregados nem enfrentando o dilema dos trabalhadores de baixa-renda, atualmente sem emprego, ou empregados mas vivendo diariamente o estresse psicológico de ansiedade pelo medo de serem demitidos em consequência das medidas restritivas de abertura das atividades comerciais (tão duras!), mas absolutamente indispensáveis nestes tempos de recrudescimento da pandemia.

Esses jovens do Hotel Elo não fazem parte do grupo de trabalhadores que aguardam ansiosamente o minguado auxílio emergencial tão propalado, mas que o governo federal posterga o seu pagamento indefinidamente, insensível e indiferente a tanto sofrimento. Então por que se rebelam, se expõem e “se divertem” os jovens do Hotel Elo, indiferentes às medidas sanitárias decretadas pelo Estado e o Município, para conter a circulação do vírus? Será ignorância? Não leem jornais? Não assistem a programas noticiosos diários de televisão e rádio? Se bastam com as fakes news de seus grupos de WhatsApp como únicas fontes de informação e aprimoramento cultural? Ou será uma demonstração explícita de negação da ciência, de admiração e da mais absoluta e subserviente adesão ao “mito” Bolsonaro, aquele que desdenha da gravidade da pandemia?

A festa do Hotel Elo terá sido apenas inconsequência juvenil daqueles que já não sendo adolescentes teimam em não amadurecer e a não encarar os “fatos da vida como eles são?” Será que só depois de se tornarem vetores do vírus levando-o para suas casas, adoecendo aqueles que os amam – pais e avós-, despertarão para a realidade? Como seria bom se outra tivesse sido a conduta dos jovens do Hotel Elo, portando-se como cidadãos conscientes, engajados nessa “guerra sem tréguas ”que as mulheres e os homens de bem do Brasil e do mundo travam contra esse terrível e invisível inimigo da humanidade, que é a covid-19.