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Há 50 anos, um maringaense da Arena tomava posse como o primeiro governador indicado pelo regime militar

“1971: a queda de Leon Peres” traz novos documentos sobre o período

exatos 50 anos tomava posse o primeiro governador indicado pelo regime militar de 1964. O maringaense Haroldo Leon Peres foi 103º governador do Paraná. Assumiu a 15 de março de 1971 e somente 252 dias depois apresentou uma carta de renúncia que, nos bastidores e na história, ficou conhecido como o primeiro governador a ser cassado pelo movimento de 64. A renúncia foi o ponto final de uma história de um governo conturbado, envolvido em atritos com os poderes Legislativo e Judiciário, escândalos e tentativa de achaque contra um poderoso empresário paranaense da construção civil, que acabaram o derrubando.

A trajetória do governo Leon Peres – um carioca que radicou-se em Maringá, onde fez carreira política – e dos seus episódios virou tema de um livro, escrito pelo historiador Jair Elias dos Santos Júnior e pelo jornalista Jean Luiz Feder. A obra “1971: conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”, tem previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano.

Líder do governo Emílio Garrastazu Médici na Câmara dos Deputados, Leon Peres foi escolhido pela ditadura em 1970 para suceder o governador Paulo Pimentel. Durante os meses que permaneceu no Palácio Iguaçu, brigou, também, com o Tribunal de Contas, mudou substancialmente a Constituição do Estado e entrou em conflito com uma parte da imprensa paranaense, justamente o maior grupo de comunicação à época, comandado pelo governador que o antecedeu. E como eram os tempos mais duros da Revolução, os jornais, rádios e canais de televisão de Curitiba receberam ordens de censura, por meio de bilhetes, proibindo matérias contra o governo.

Os autores tiveram acesso aos dossiês elaborados pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), que investigou o governador, o irmão dele e um dos seus assessores desde outubro de 1971. O caso final envolveu Cecílio do Rego Almeida, um dos maiores empreiteiros do Brasil, e ficou conhecido nacionalmente, levando à renúncia de Haroldo Leon Peres.

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