Médico e ex-vereador volta a publicar fake news

O médico e ex-vereador Heine Macieira, que nos últimos dias tem feito uma cruzada pelo tratamento precoce com cloroquina e ivermectina, participando de programas de rádio e TV, publicou ao menos duas fake news em seu perfil no Facebook sobre o assunto, no intervalo de seis dias. O ex-vereador deverá ser acionado no Conselho Regional de Medicina do Paraná e poderá responder a dois processos judiciais. Um, já confirmado pelo diretório do Partido dos Trabalhadores de Maringá, por ter chamado todos os petistas de assassinos, e outro por ter publicado dia 17 que a Câmara de Londrina aprovou o tratamento precoce – o que é uma grande mentira, que já teve quase mil compartilhamentos no Facebook.

Ao contrário do que Macieira divulgou, ex-diretor e ex-secretário municipal das gestões do PP em Maringá, a Câmara de Londrina não aprovou o tratamento precoce na sessão do dia 16. Naquela sessão, conforme consta do site do Legislativo, foi aprovado um pedido de informação do vereador Giovani Mattos (PSC) endereçado ao Executivo londrinense questionando “se há estudo específico para adoção de algum protocolo de tratamento contra o novo coronavírus e se existe alguma orientação para adoção do tratamento precoce”. Também foi aprovado, em regime de urgência, indicação do mesmo vereador e de Santão (PSC) dirigida ao governador Ratinho Junior e ao secretário de Saúde, Beto Preto, sobre a “viabilidade de adoção do Protocolo de Tratamento Integral Ambulatorial contra a covid-19 em todo o estado”. No caso desta indicação, a vereadora Lenir de Assis (PT) votou contra. Ou seja, não houve aprovação de nenhum projeto de lei a propósito do tratamento precoce.

A Câmara de Londrina desmentiu a informação. “Não houve nenhuma aprovação de tratamento precoce”, afirmou a assessoria da casa. No ano passado, o tema provocou duas audiências públicas, inclusive ouvindo médicos a respeito. Enfatizou-se que já há liberdade para médicos prescreverem os medicamentos, se acharem adequado. Não há, no entanto, nenhuma iniciativa em forma de projeto interferindo no polêmico tema.

A fake news publicada pelo ex-vereador do PP aconteceu no dia 17 à sessão, mas dias antes ele havia postado outra informação inverídica, sobre a ivermectina (abaixo). A fake news foi verificada pela agência Lupa (veja aqui). O perfil dele naquela rede social já chegou a ser suspenso. “Fake news também mata”, comentou um vereador que defende uma ação coletiva da Câmara de Maringá contra Heine Macieira, pois, segundo seu entendimento, ele tenta jogar a população contra os vereadores locais usando uma mentira.