O desastre aéreo no aniversário dos 10 anos de Maringá virou canção sertaneja nas vozes de Zezinho e Zorinho
O trágico acidente aéreo que marcou o aniversário dos 10 anos de Maringá tornou-se música na voz de Zezinho e Zorinho. O acidente matou dois pilotos da Força Aérea Brasileira, que se apresentavam no centro da cidade, num feriado de três dias por causa do aniversário, em 1957. A tragédia antecipou o fim das comemorações.
José Faria (Zezinho) nasceu em Jaboticabal (SP); Ozório Ferrarezi (Zorinho) nasceu em Santo Anastácio (SP). Em 1957 formaram a dupla na Rádio Cultura de Maringá, e a formação durou até 1965. Teddy Vieira – considerado o criador do estilo sertanejo que marcou décadas – levou-os à capital paulista.
Depois de um tempos Zorinho, que morou em Marialva dos 2 aos 18 anos, passou a ser Itapuã, ficou em São Paulo até 1993. Lá, trabalhou com maestros como Elcio Alvarez, Poly, José Paulo, Otávio Basso, Portinho, Caçulinha, Oscar Nelson Safuan, Daniel Salina, tendo gravado e/ou trabalhou com Roberta Miranda, Felipe e Falcão, Chitãozinho e Xororó, Christian & Ralph, Cascatinha e Inhana, Tonico e Tinoco, Zezé di Camargo e Luciano, Milionário e Zé Rico, Poli, Irmãos Bertussi, Guerra Peixe, Torres e Florêncio, Serrinha e Caboclinho, Lio e Léo, Zico e Zeca, Teixeirinha, Berenice Azambuja, Os 3 Xirus, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Pedro e Paulo, Nalva Aguiar, Sérgio Reis, Carreiro e Pardinho, Chico Rey e Paraná, Mazaroppi e Barnabé. No final de 1993 mudou-se para Santa Carmem (MT). Do seu currículo já registrava a particiipação em trilhas sonoras de filmes como “Rancho Fundo”, “Sinfonia Sertaneja”, “Motorista Sem Limite” e “Menino da Porteira”. Hoje tem 81 anos.
Sérgio Aparecido Dias testemunhou, meses atrás: “Zezinho e Zorinho frequentavam a minha casa em Maringá, na Vila Operária, na avenida Laguna, quase esquina com a avenida Riachuelo. Meu pai, o cantor Trajano Dias, foi o compositor da música “Por Um Sorriso Teu”, gravada por eles! Aliás, eu estive presente logo depois do desastre do avião na praça Raposo Tavares. Eu e minha mãe chegamos quando os bombeiros já haviam feito um cordão de isolamento com cordas, evitando que populares chegassem até os destroços. Mesmo assim, minha mão rompeu o cerco e fez questão de sentir em suas mãos a textura dos paraquedas. Eu tinha 6 anos, mas me lembro da quantidade de água e sangue que escorria dos destroços. E do forte cheiro de queimado!”. Confira a canção, que é fiel aos fatos ocorridos: