Bolsonaro dá ao ministério aparência de bunker
Por Josias de Souza, no UOL:
Acossado pelo coronavírus, Bolsonaro decidiu preparar o seu governo para o pior. Planeja sua deterioração com esmero. Faz da reforma do ministério um processo de transformação do governo num bunker. Nele, ficam o presidente, os filhos, o centrão e auxiliares que se dispõem a fazer qualquer coisa para protegê-lo. No bunker também fica uma fábula que Bolsonaro chama de “meu Exército.”
O presidente abriu a semana dançando a coreografia da enganação. Rendeu-se definitivamente ao centrão. Mas dissimulou sua fraqueza. Enquanto levava a cabeça do antichanceler Ernesto Araújo à bandeja e assistia à invasão do Planalto pelo centrão, Bolsonaro simulou força demitindo de supetão o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Diluiu num caldeirão aquecido pelo risco de crise militar a queda anunciada do pior chanceler da história do Itamaraty e a chegada previsível do fisiologismo à principal cidadela do governo. A deputada Flávia Arruda virou coordenadora política da Presidência da República, com gabinete no coração do Planalto. As companhias da deputada a precedem.
Flávia é mulher de José Roberto Arruda, primeiro governador da história preso por corrupção no exercício do mandato. Arruda frequenta o verbete da enciclopédia como patrono do mensalão do DEM de Brasília. Flávia é filiada ao PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto, ex-presidiário do mensalão do PT. A deputada chegou ao Planalto apadrinhada por Arthur Lira, o réu que preside a Câmara.
Diluiu num caldeirão aquecido pelo risco de crise militar a queda anunciada do pior chanceler da história do Itamaraty e a chegada previsível do fisiologismo à principal cidadela do governo. A deputada Flávia Arruda virou coordenadora política da Presidência da República, com gabinete no coração do Planalto. As companhias da deputada a precedem.
Flávia é mulher de José Roberto Arruda, primeiro governador da história preso por corrupção no exercício do mandato. Arruda frequenta o verbete da enciclopédia como patrono do mensalão do DEM de Brasília. Flávia é filiada ao PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto, ex-presidiário do mensalão do PT. A deputada chegou ao Planalto apadrinhada por Arthur Lira, o réu que preside a Câmara.
Para acomodar Flávia, Bolsonaro envolveu numa dança de cadeiras os generais que comandam escrivaninhas no Planalto. Transferiu Luiz Eduardo Ramos, da articulação política, para a Casa Civil — de onde retirou Braga Netto, enviado para a pasta da Defesa. A primeira missão do novo ministro da Defesa é desativar um curto-circuito.
Com a cabeça a prêmio, o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, discute a sério com os colegas da Marinha e da Aeronáutica a hipótese de uma entrega conjunta dos cargos, em solidariedade ao agora ex-ministro Azevedo e Silva. Leia mais.