Em Mandaguari, o ‘convênio da cloroquina’
Na quarta-feira a Câmara de Mandaguari aprovou um projeto que autoriza a pPrefeitura a firmar convênio o hospital particular da cidade para atender os pacientes com covid-19 que procurarem a rede municipal de saúde. De acordo com a assessoria de imprensa do Legislativo, o município pagará cerca de R$ 438 mil ao hospital por esses serviços e que “existe a possibilidade de criação de até 25 leitos de enfermaria para o atendimento especializado no combate à pandemia”.
O projeto já está sendo chamado de “Convênio da Cloroquina”, pois o que chamam de atendimento especializado seria na verdade ministrar ao paciente o “kit covid”, a base de cloroquina, ivermectina e outros medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença.
A pressão para que o município fizesse este convênio começou há pouco mais de um mês, depois que o dono do referido hospital concedeu uma entrevista a um youtuber, que também é assessor de gabinete do presidente da Câmara. Na ocasião o médico afirmou ter curado mais de três mil pessoas da covid-19 usando esses medicamentos.
A declaração, que em nenhum momento foi questionada, chama a atenção porque até aquele momento a cidade contabilizava menos de dois mil casos da doença e mesmo com a explosão de casos no último mês ainda não atingiu a marca de três mil pessoas infectadas. Desde então vereadores e alguns empresários da cidade estão mobilizados para pressionar de todas as formas o município a adotar o tratamento que agora deve se tornar realidade. Vereadores de oposição, juntamente com este médico, chegaram a divulgar um vídeo fazendo fortes críticas à administração municipal cobrando celeridade na criação deste convênio. (Atualizado)