A arte do relacionamento

O mundo nunca passou por tantas e tão grandes transformações e nós precisamos nos adaptar para não sucumbir frente a todas estas mudanças.

Há cerca de 100 anos, inventos notáveis como o carro, o avião, a lâmpada, o telefone,  foram realizadas por pesquisadores solitários. A partir de então ocorreu um grande desenvolvimento tecnológico e ninguém consegue dominar com profundidade mais do que uma pequena parcela do conhecimento acumulado.

Em decorrência disso, o desenvolvimento e produção de bens e serviços passou a se estruturar em função de equipes altamente especializadas.

Precisamos cada vez mais um dos outros para realizar qualquer coisa, seja um empreendimento de valor seja construir novos relacionamentos ou mesmo fortalecer os que já temos.

Nunca na história da humanidade, as vacinas foram criadas em tão pouco tempo e apesar do lobby de alguns, vemos um esforço conjunto de laboratórios e órgãos reguladores a fim de agilizar todo o processo de vacinação mundial, o que é a salvação da humanidade e dos próprios negócios de quem cria as vacinas.

Vivemos uma avalanche de sentimentos que embaçam a razão. O desconhecido nos agride e nos choca, as palavras ferem mais do que acalmam. Mas ainda não é o fim. Estamos no começo de novos e desafiadores tempos em que nem tudo será como antes. Por essa simples razão, precisaremos investir cada vez mais em relacionamentos. Ninguém é feliz sozinho e nunca foi.

Enquanto, em 1906, Santos Dumont projetou, construiu e levantou voo com o 14 BIS, num incrível empreendimento individual, em 1969, apenas 63 anos mais tarde, a Nasa precisou coordenar os esforços de uma equipe de mais de dez mil pessoas para levar Armstrong até a lua.

Trabalhar com afinco o novo, as novas tecnologias, a nova escola, a nova educação e essencialmente os relacionamentos, apenas aumenta a nossa responsabilidade de continuar nossa missão e nos faz entender cada vez mais que não chegamos até aqui sozinhos, mas como fruto de uma equipe, seja sua própria equipe, seja seu rol de amigos e confraria de integrantes de um mesmo segmento.

Na maioria das empresas, a seleção de novos colaboradores está conferindo um peso muito maior às habilidades de relacionamento e à capacidade de aprender e compartilhar novos conhecimentos, do que o histórico escolar ou o passado profissional dos candidatos.  E isso, mesmo em tempo de home office e ensino a distância.

A maneira como cada pessoa se relaciona consigo mesmo é tão importante para alcançar o sucesso e a felicidade, quanto à forma como interage com os outros.

Algumas pessoas cuidam muito mal de si mesmas no mundo de hoje e posso citar alguns exemplos como: excesso de comida, falta de atividade física e drogas  e isso é inquestionável, maltrata o corpo, a mente e o espírito.

Entretanto, um dos piores males da sociedade contemporânea é o alto nível de ansiedade. Hoje, mais do que nunca. Somos muito pressionados a acompanhar o ritmo alucinante em que as mudanças estão se processando e acabamos vivendo em permanente estresse.

E, nessa forma de enxergar, percebo pais que terceirizam a educação dos filhos para a tecnologia, deixando-os a mercê de tudo que entra pelo mundo digital na cabeça de uma criança. E todas as mudanças do mundo começam dentro de nossa casa.

Nesse momento nos deparamos com um dilema: como ser cooperativo, sereno, cordial, amável, altruísta, criativo e, ao mesmo tempo, competitivo, empreendedor, agressivo, ágil e ambicioso?

A vida deve ser encarada como uma corrida de resistência, uma maratona…  e não uma corrida de velocidade. A vida não é uma prova de 100 metros. Precisamos ter em mente que, por mais que nos apressemos, provavelmente nunca faremos nada de grandioso durante a nossa breve existência, porém, todos os dias, podemos fazer pequenas coisas que poderão ser transformadas em grandes resultados!

O ser humano corre por diferentes coisas na vida: dinheiro, poder, fama, aventuras, projeção social… alguns procuram viver intensamente cada momento. Outros, preferem poupar a cada dia para garantir uma velhice segura.

Uns se lançam sem nenhuma regra aos prazeres dos sentidos enquanto outros fazem dietas e exercícios físicos com disciplina espartana para preservar a forma e o visual.

O que eu estou querendo dizer é que, no fundo, desejamos o mesmo que Aristóteles quando ele disse: “Por diferentes caminhos, estamos todos em busca da felicidade”.

Afinal, quando o trabalho é um prazer a vida é uma alegria e quando o trabalho é um dever, a vida é uma escravidão.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!


(*) Gilclér Regina é palestrante de sucesso, escritor com vários livros, CDs e DVDs que já venderam milhões de cópias e exemplares no Brasil, América, Ásia e Europa

(Foto: Katerina Holmes)