Ameaças precisam ter resposta

Sob o título acima, Vera Magalhães comenta em O Globo as condutas, declarações e gestos do presidente da República que encorajam aliados e seguidores a esticar a corda dos limites e ajudam a minar as instituições aos poucos. Um trecho:

“Autorizado pelo chefe, um deputado fartamente investigado como Ricardo Barros, investido da posição de líder de um governo que trabalha contra as instituições, se sente à vontade para ameaçar com o não cumprimento de decisões judiciais.

Para isso, se vale do discurso, massificado pela rede de fake news e desinformação bolsonarista, segundo o qual o STF e demais instâncias do Judiciário não teriam legitimidade para agir dentro do que a Constituição determina, exercendo o controle da legalidade dos atos dos demais Poderes. Barros só fala porque sabe que encontrará público, já cevado pela retórica golpista disseminada pelo bolsolavismo.

Qual o objetivo de longo prazo dessa trama muito bem engendrada, que vai sendo colocada em marcha sem admoestação? Questionar o resultado eleitoral, se for preciso. A sementinha da baboseira do voto impresso é o bode na sala para isso, com a mentira homérica do presidente de que houve fraude em 2018, a respeito da qual ele nem é cobrado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Mais uma que fica por isso mesmo, como se fosse “mais uma do tio do pavê”.

(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)