Mal ou ‘bem de Alzheimer’?

Lendo a notícia   da morte do ex-vice-presidente e ex senador, Marco Maciel, com a informação que teria sido em decorrência de complicações do Alzheimer,  no momento em que se anuncia a autorização, nos EUA, de um medicamento bastante polêmico no meio científico, ocorreu-nos fazer uma reflexão sobre este mal, que cada vez acomete mais pessoas.

A doença está  aumentando, e simplesmente não sabemos a causa. Não é uma bactéria, não é um vírus, não é degenerativo, nem um câncer; ou é uma doença autoimune, simplesmente o cérebro começa a se deteriorar e não há nenhum indicador de como isso acontece, se algum alimento, dieta, idade,  aparentemente  não faz mais nenhuma diferença, como lemos  blog Apometria Alvorecer.

O psicólogo e pesquisador espírita, Ildo Rosa, expõe sua opinião  sobre   assunto, na visão espírita, diz ele:

 ‘A doutrina espírita  não  demoniza as coisas; e quando falamos em doença, a primeira ideia que nos vem à cabeça é combate-la, não necessariamente compreendê-la.

Pensamos “o que que seria o Alzheimer”, imaginando você  numa casa toda iluminada e, de repente,  vai apagando cada cômodo… apagando, apagando, apagando… normalmente as pessoas que vão para esse diagnóstico começam a esquecer coisas que fizeram, os valores que cultivaram ao longo da vida.

Foram se dando conta que a colheita era muito pesada, muito desagradável. Então, começam a fazer um esforço muito grande para tentar esquecer. Uma das coisas muito comuns e frequentes no consultório é as pessoas dizerem: como que eu faço para esquecer tal coisa?

Essa “tal coisa” se tornou um dado biográfico, como que eu faço para esquecer que eu pratiquei um aborto? Que  não respeitei meu pai, minha mãe? Que  extrapolei numa empresa e dei um golpe aqui e acolá? E a maturidade faz você pensar sobre tudo isso. E o Alzheimer é um esforço que a pessoa faz para ir apagando esses registros, que por não saber lidar com eles por não se perdoar.

Nunca  pensamos a doença como algo que nos convida a refletir e elaborar sobre como  estamos vivendo. Vale a pena  estar se monitorando…para onde vão seus pensamentos? O que, efetivamente, eles constroem? Em que faixa de frequência vibratória nos situamos? Porque quando pegamos  um desses caminhos normalmente é difícil aguentarmos produzimos. A semeadura é livre, porém a colheita é obrigatória”, diz uma passagem evangélica. Ás vezes lançamos algumas sementes, que na hora da colheita  não  conseguimos administrar.

O espiritismo  nos ensina que toda doença tem  a função  de educar e, não  raro, as pessoas com Alzheimer têm o exercício da autoridade de uma forma muito dura. O Alzheimer é um aprendizado para além da vida física.  Quem sofre não vai retomar aqueles hábitos que tinha. Os médicos vão dizer: a partir de tal etapa o quadro vai se agravar. Agravar para os cuidadores, para o doente, não. Quanto menos memória, menos sofrimento, pois o paciente não tem mais  senso crítico.

Se aceitarmos as regras da vida não dói. Costumo dizer que não sofremos  pela causa, mas pela  interpretação. Então interpretamos o  Alzheimer como um mal (entre outras doenças),  de Parkinson, mal disso, mal daquilo …  porque a medicina codifica assim.

Um amigo espiritual  diz  que o “mal” é um bem mal interpretado. Então, o  de Alzheimer é um bem mal interpretado. Porque o que importa é o aprendizado que o espírito vai ter e não as provas pelas quais ele passa.

Concluo eu (Akino), dizendo que o esquecimento de um passado, muitas vezes delituoso, é uma bênção que o Criador nos concede a cada reencarnação. Com este esquecimento pais amam filhos e filhos amam pais, o que seria muito difícil se lembrassem que foram assassinos e assassinados, ladrões e os roubados, como pode acontecer. A criança frágil, que nasce para ser cuidada, é um Espírito milenar, e lembranças do que foi podem ser devastadoras. O Alzheimer impede que isso venha à tona, como também atentados às leis divinas, praticados na própria atual existência, desconhecidos para os outros, e que a consciência pode nos acusar. Prevenir é melhor que remediar e uma conduta reta, cristã, de arrependimentos sinceros e reparação de males praticados é o caminho para que cheguemos ao fim da existência, lúcidos, com saúde física e mental dentro do que é possível.

(Foto: André Ulysses De Salis)