Fiep: confiança do industrial é a maior desde janeiro

Na pesquisa mensal da entidade, o indicador referente a junho ficou em 64,1 pontos, na área de otimismo

Pelo terceiro mês seguido, o industrial do Paraná mantém a confiança nos negócios e na economia em alta. É o que revela a pesquisa mensal da Federação das Indústrias do Paraná, feita em parceria com a Confederação Nacional da Indústria. O indicador referente ao mês de junho chegou a 64,1 pontos, na área de otimismo. Numa escala que vai de 0 a 100 pontos, acima dos 50 pontos é considerado otimismo, e abaixo dos 50, pessimismo. O resultado ficou 4,5 pontos acima do registrado em maio passado (59,6) e 22,4 pontos acima do divulgado em junho de 2020, quando o ICEI somou apenas 41,7 pontos.

O bom resultado não chega a surpreender, garante o economista da Fiep, Evânio Felippe. “O indicador de confiança é um reflexo do que está acontecendo no Paraná. Desde o segundo semestre do ano passado para cá, a indústria vem numa trajetória de crescimento da produção industrial e liderando a criação de vagas no mercado de trabalho do estado”, argumenta.

Felippe entende que este cenário de otimismo mostra que, apesar das incertezas geradas pelo agravamento da pandemia e do processo de imunização ainda lento no país, a indústria está dissociada dessa questão. “Desde que foi considerada atividade essencial, ainda no primeiro semestre do ano passado, a indústria continuou produzindo. Retomou o crescimento e gerou empregos para atender às necessidades de consumo no país”, avalia.

O economista também analisa o índice ao decompor o resultado de junho. O ICEI é formado pelo indicador de condições – que avalia a percepção do empresário com relação ao seu negócio e à economia nos últimos seis meses. E pelo de expectativas, que faz a mesma avaliação, mas com projeção até o fim do ano. Felippe destaca que a avaliação para o futuro teve maior peso no resultado final. Enquanto o indicador de condições ficou em 59,4 pontos, o de expectativas chegou a 66,3.
“Com os níveis de produção em elevação mês a mês e as vagas no mercado de trabalho em crescimento, o empresário prevê boas perspectivas para os negócios. O saldo dos empregos gerados na indústria, de janeiro a abril de 2021 (28.407 vagas criadas), já é maior do que o saldo acumulado durante todo o ano passado (24.372), o que confirma este bom momento no setor”, justifica.

Felippe explica que o industrial mais otimista tende a estar mais disposto em fazer novos investimentos em tecnologia e maquinário, expandir os negócios, entrar em novos mercados, contratar mais profissionais e em comprar matéria prima já prevendo aumento de produção e isso é bom para o setor. “Porém, não é possível garantir que esta realidade mais otimista se mantenha até o fim do ano”, alerta.

A evolução do processo de vacinação, para dar mais segurança não só aos trabalhadores da indústria, mas de outros setores que demandam produção nas fábricas, como o de comércio e serviços, é um fator que pode interferir nos índices de confiança. “Quanto mais rápida a imunização, mais ágil será o retorno à normalidade e o estímulo ao consumo”, diz. Outro ponto citado pelo economista é a crise hídrica, que atinge o estado e pode impactar na geração de energia elétrica, insumo essencial para atividade industrial. “Se essa condição se agravar, pode interromper a trajetória de crescimento da produção e da empregabilidade e reverter a expectativa positiva do empresário”, complementa.
Por outro lado, a renovação das concessões de pedágio, se firmados dentro do modelo proposto pelo setor produtivo paranaense, pode ser um indicador positivo. “Uma tarifa menor deve reduzir a pressão sobre os custos logísticos das indústrias para escoar sua produção. Se isso se concretizar, pode haver uma melhora de cenário na avaliação do empresário”, explica.

SONDAGEM INDUSTRIAL MENSAL – No estudo mensal de maio, que impacta na confiança do empresário em junho, o industrial apresenta sinais para estar otimista. Os dados foram bem melhores do que os coletados em abril. Em relação ao volume de produção, 77% dos entrevistados declararam atuar em estabilidade ou aumento. Só 19% previram queda. Já em abril, só 59% responderam operar em estabilidade ou alta, e 38% declararam queda.

Já no que tange o nível de capacidade instalada, 85% declararam estar operando igual ou acima do esperado para o mês. Já em abril, este resultado era de 61%. Em referência à expectativa para os próximos seis meses em demanda por produtos, 48% esperam aumento e 37% estabilidade em maio. No mês passado, os mesmos dados eram de 35% e 47%, respectivamente. Agora, apenas 8,7% previram queda, enquanto em abril a expectativa era 18% nesse quesito. Os entrevistados foram questionados sobre sua disposição de investir. Em maio, 82% responderam positivamente. No mês passado só 64% confirmaram esta intenção. (Assessoria)

(Foto: Gelson Bampi)