Deputado diz que irmão não citou o nome de Barros

Na entrevista à CNN, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), irmão de Luís Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, que relatou ao Ministério Público Federal ter sofrido pressão incomum para assinar o contrato com a Covaxin, o parlamentar foi perguntado pela jornalista se houve algum papel do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, nas irregularidades encontradas no Ministério da Saúde, ele foi indireto. Disse apenas que o nome do parlamentar não foi citado pelo seu irmão, depois de por várias vezes dizer que o esquema vinha de governos anteriores. Barros foi ministro da Saúde de Michel Temer, que antecedeu o atual governo.

Ele respondeu que, assim que assumiu, levou denúncias envolvendo gestões anteriores do Ministério da Saúde ao então chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, mas que nenhuma providência foi tomada. Disse que por duas vezes falou com ele sobre os indícios de sobrepreço praticados antes do presidente Bolsonaro assumir.

“Quanto ao ex-ministro Ricardo Barros, líder do governo, em nenhum momento é citado o nome dele por parte do meu irmão. Meu irmão ele é técnico, não é político. O que ele olha ‘tenho aqui uma pasta de documentos na minha frente, faço análise dos documentos e dou o encaminhamento correto. No momento em que eu encontro desvio de conduta, formas irregulares dessa documentação, devolvo aos meus superiores. Se os meus superiores dão uma canetada acima de mim e vainda assim, mandam, no meu entendimento eles abriram mão da responsabilidade técnica legal e resolveram assumir as ilegalidades existentes no processo’. E foram essas ilegalidades que levamos ao ministro Ônix”.

Nos corredores do Congresso Nacional, no entanto, Ricardo Barros (PP) chega a ser apontado como o homem que pode ser responsável pelo impeachment de Bolsonaro.

(Foto: Reprodução CNN)