Ministério da Saúde assina contrato de intenção com farmacêutica maringaense para compra de 60 milhões de doses de vacina

Uma empresa de Maringá – a Belcher Farmacêutica – assinou com o Ministério da Saúde uma carta de intenção para intermediar a aquisição de 60 milhões de doses da vacina Convidecia, da chinesa CanSino Biologics, em conjunto com a Academia de Ciências Médicas Militares da China. O contrato de intenção de compra foi assinado no dia 4 pelo secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.

A Belcher pertence a Emanuel Ramalho Catori e Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, ligado ao deputado federal Ricardo Barros (PP), ex-ministro da Saúde. Chiquinho Ribeiro, como é conhecido, foi presidente da Urbamar na gestão de Barros como prefeito e conselheiro da Sanepar no curto governo de Cida Borghetti, sendo agraciado por ela com a comenda Ordem Estadual do Pinheiro. Por trás do pedido de autorização da vacina estão os empresários bolsonaristas Luciano Hang e Carlos Wizard, apontado como um dos principais integrantes do gabinete paralelo do governo Bolsonaro.

A entrega das vacinas intermediadas pela Belcher deve ser feita entre o terceiro e quarto trimestre deste ano. A Anvisa ainda não aprovou a vacina da CanSino para uso emergencial; o pedido foi feito em 19 de maio e permanece em análise. A vacina, de dose única, tem 65% de eficácia contra a covid-19 e previne 90% dos casos graves. O imunizante é feito a partir de um adenovírus humano não replicante, assim como as vacinas da Oxford com a AstraZeneca, Sputnik V e Jonhson & JohnsonJanssen. O preço negociado por dose é de 17 dólares.

CARTA DE INTENÇÃO – A Belcher, representante da CanSino, encaminhou nota informando que se trata de carta de intenção de compra e não de contrato (aqui, o documento). A expressão “contrato de intenção” foi utilizada por outros veículos, como site Poder 360, na semana passada.

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