Ricardo Barros é o homem por trás da Covaxin, confirma o deputado Luís Miranda, que ouviu isso de Bolsonaro

Luis Ricardo Miranda, irmão do deputado, também ouviu Bolsonaro dizer que maringaense estava envolvido com a Covaxin

O maringaense Ricardo Barros (PP), líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, é o deputado citado pelo presidente Jair Bolsonaro como a pessoa que estaria por trás das irregularidades na importação da Covaxin, negócio de R$ 1,6 bilhão. A revelação foi do deputado Luis Miranda (DEM-DF), há pouco, na CPI da Pandemia, depois de horas se negando a dizer o nome do Mister M, o verdadeiro autor da compra de vacinas com superfaturamento estimado em 1000%.

No início da noite, o jornalista Leandro Demori, do The Intercept Brasil, divulgou que foi Barros quem nomeou Regina Celia Silva Oliveira (veja abaixo), colega de Luis Ricado Fernandes Miranda, servidor do Ministério da Saúde, que teria dado o aval para a importação da Covaxin, vacina indiana contra a covid-19, ao Brasil, sendo que tal prerrogativa é de Miranda. A partir daí vários senadores, como Humberto Costa, Randolfe Rodrigues e Rogério Carvalho, tentaram tirar do deputado Luis Miranda o nome que ele ouviu de Bolsonaro, mas ele não confirmou nem desmentiu que teria sido RB. Disse que o parlamentar citado é da base e tem influência. O assunto foi repercutido hoje à noite pela internet.

O senador Alessandro Vieira disse a Miranda que faltava ao deputado coragem de dizer que a pessoa é Ricardo Barros, pois todos comentam nos bastidores (do Congresso Nacional). O parlamentar disse que teve um lapso de memória, mas que pode lembrar a qualquer momento. Antes, ele disse não ter gravado a conversa com o presidente. Sugeriu o “follow the money” (siga o dinheiro) para se encontrar. “Coragem, deputado, não é só para brincar na internet”, disse o senador. Miranda disse que não teria como provar. Alessandro Vieira afirmou que é Barros o nome que ele tem coragem de falar. Pouco depois, questionado pela senadora Simone Tebet, ele, emocionado, confirmou que era Ricardo Barros.

(Fotos: Pedro França/Agência Senado/Montagem Brasil 247)