E Maringá continua passando vergonha…

A professora Regiane Regina Ribeiro, de Curitiba, doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, líder do grupo de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), desmontou a divulgação de dados não oficiais feita por um deputado estadual de Maringá, que provocou repugnância entre profissionais da saúde esta semana. Ele publicou números supostamente relacionados a mortes entre quem tomou uma e duas doses da vacina contra a covid-19.

A publicação foi rechaçada, entre outros motivos, por ser um desserviço em época de pandemia. “É um absurdo. [Ele] Não entende que o efeito é coletivo. Vacina não é remédio individual. Isso só traz desconfiança e dificulta o processo”, disse uma autoridade da área da saúde do estado. No Twitter, a professora da Universidade Federal do Paraná explicou:

“Absurdo que um deputado dedique seu mandato a atacar a ciência e a @UFPR, mesmo sendo formado por ela. (…) Não bastasse ser contrário a qualquer repasse de verba pra ajudar o desenvolvimento de uma vacina de baixo custo, 100% paranaense e que dá a possibilidade de imunização pra tantas outras doenças, agora ele também atrapalha a campanha de vacinação.

O deputado publicou dados do número de óbitos de pessoas vacinadas com a primeira e a segunda dose sugerindo a maior mortalidade ao uso da Coronavac. Segundo ele, as informações são do Ministério da Saúde/Datasus. Acontece que não existe nenhum dado oficial sobre isso, ele não apresenta o percentual das vacinas aplicadas e nem a idade das pessoas. Esquece ainda que a população mais velha foi vacinada quase que 90% com a Coronavac. Tô errada?

O que o deputado não compartilha são dados importantes como os publicados ontem no The New England Journal of Medicine que demostra, pela experiência do Chile com a Coronavac, um excelente resultado. 65% de prevenção de casos leves sintomáticos, 87% de redução de hospitalização, 90% de redução de internação em UTI e 87% de redução de óbitos.

O pior cenário na difusão de fake news é quando é feita por um agente público. Sendo alguém eleito, ainda pior. Intolerável que um deputado seja um agente de propagação de desinformação, sobretudo na pandemia.

Na próxima eleição temos que avaliar bem quem ajudou e quem atrapalhou nesta enorme tragédia brasileira. Desinformação mata, não acreditem em quem politiza a ciência. Vacina boa é vacina no braço! Viva a UFPR! Vacina pra todos!”.

Ao fim das explicações, um alívio ..