O negócio nebuloso na distribuição de vacinas

De Diogo Mainardi, citando a reportagem de Fabio Leite e Patrik Camporez, capa da Crusoé:

Jair Bolsonaro repete que não houve pixulé no Ministério da Saúde, mas quem denunciou o esquema criminoso foi o próprio Eduardo Pazuello, quando disse que foi chutado do cargo porque não atendeu aos pedidos de dinheiro da “liderança política”.
A Crusoé, nesta semana, explicou do que se trata, detonando a “bomba” de Luis Miranda sobre o pixulé no transporte de vacinas.

`A reportagem teve acesso com exclusividade a detalhes das acusações que chegaram até Miranda por meio de um informante. Esse lobista e ex-policial é daqueles personagens típicos de Brasília acostumados a transitar no submundo da capital federal. Por ser ligado a um dos operadores do esquema, seu nome já está em poder da CPI. A denúncia foi feita a Luis Miranda no dia 29 de junho, em sua casa no Lago Sul, área nobre de Brasília.

De acordo com o que o deputado disse a interlocutores, é ‘uma bomba’ relacionada à corrupção dentro do Departamento de Logística do ministério – naquele mesmo dia, Roberto Dias, que chefiava o setor, havia sido exonerado do cargo após ser acusado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti de cobrar propina de 1 dólar por cada dose da vacina AstraZeneca que ele dizia revender.

O informante envolve a cúpula do Progressistas, além do próprio Roberto Dias, em um suposto esquema de desvio de dinheiro no contrato de distribuição de vacinas com a VTCLog. Foram nominalmente citados, além de Ricardo Barros, Arthur Lira, Ciro Nogueira, políticos responsáveis diretos por indicações a postos de comando dentro do ministério, além da advogada Andreia Lima, que se apresenta como CEO da empresa e já teve sua convocação aprovada pela CPI na semana passada, para explicar os negócios nebulosos celebrados com o ministério. Pedidos de quebras dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da empresa e da executiva também já foram apresentados na comissão.” A reportagem, para assinantes, está aqui.