Treinar dá lucro em motivação pessoal e profissional
A falta de motivação no campo profissional pode ser superada pelo indivíduo e pelo apoio da liderança e do RH no mundo corporativo
Eu entendo que a motivação do ser humano é justamente aquela que o faz buscar um melhor sentido da vida, melhores condições de vida para sua família, para seu bem estar e isso está intimamente ligado à sua condição profissional. Com isso, percebemos que, se a pessoa está de bem com a vida, o seu trabalho vai bem. Quando ocorre de alguém estar bem no trabalho, mas na vida pessoal as coisas não estão acontecendo é tudo uma questão de tempo e o reflexo dessa situação também afetará a vida profissional. Isso faz parte de nosso estudo de inteligência emocional com meu livro neste tema entre ao mais citados e vendidos hoje no país.
Ninguém têm nervos de aço e como seres humanos somos afeto em pessoa, temos carência de sentimentos melhores, de espiritualidade, de motivação, de se acreditar crescendo e, sobretudo de família e quando um dos pilares cai à possibilidade de erro, de desconcentração, de maus resultados, de nada dar certo é muito maior.
As duas situações, motivação pessoal e profissional têm sido o grande obstáculo das pessoas, mas coloco um peso maior na motivação pessoal (chamo aqui de emocional) porque enquanto profissão, o ser humano é 90% adaptação e essa inclusive só irá acontecer se ele estiver 100% motivado como pessoa.
Há muita pressão nos dias de hoje. Imagine neste mundo de pandemia, de home office, com o crescente problema de ansiedade e depressão. Se alguém estiver desempregado, enfrenta mais pressão ainda em casa, na família, recebe uma carga de estresse muito grande, aumenta o medo e aí a tendência é piorar.
Se estiver em plena carga de trabalho, cobra mais resultados de si mesmo ou recebe esta carga dos superiores e o próprio medo dos bons ventos irem embora. É preciso mesmo muito cuidado para não se deixar levar pela desmotivação e olhe que o passatempo nacional é falar de coisas que não dão certo, do momento político difícil, da descrença nas autoridades, da violência urbana, de tudo. E aí, adeus sucesso!
A questão de pessoas sentirem dificuldade em manter a motivação me parece uma questão cultural. Primeiro vem da própria família. Uma criança com oito anos já recebeu aproximadamente cem mil vezes a palavra “não” e isto fica gravado. Entra em campo a educação e a inteligência emocional.
Como aprendemos desde pequenos, acaba ficando mais fácil aceitar o “não” do que o “sim”. Depois vem a sociedade, onde as conversas e fofocas são sempre sobre alguma circunstância negativa, já bastando as notícias diárias das estatísticas de óbitos e vários outros programas de sucesso têm o foco na violência, nas coisas negativas, na desesperança, na desgraça alheia. Eu falo para meus amigos que ser notícia boa é difícil mesmo, porque com notícia negativa qualquer bandido é manchete.
Nas empresas não é diferente, pois conta o ambiente, a transparência, a justiça na promoção ou distribuição de resultados ou cargos, o desânimo que se instaura por qualquer notícia negativa. Mas veja, o problema nunca é o problema, é a atitude que temos diante dele e o medo do problema é pior que o próprio problema.
Se analisarmos os fatores que prejudicam a motivação, o grande complicador é o mercado de trabalho. A falta de motivação no campo profissional pode ser superada pelo indivíduo e pelo apoio da liderança e do RH no mundo corporativo.
São duas coisas que devem ser feitas. A pessoa pode buscar ajuda de várias formas, com iniciativa própria, não se acomodando, tendo mais atitudes positivas, aumentando sua rede de relacionamentos e a empresa por sua vez deve investir mais em qualificação com foco em comportamento e motivação, ajustando mais as necessidades do indivíduo com a empresa, fazendo com que ele se comprometa, mas seja também feliz e efetivamente focado nos resultados necessários.
Eu vejo empresas investir milhões de reais numa frota de caminhões e não investe alguns reais para treinar o motorista, seja em questões de comportamento ou de atitude e motivação e este acaba trabalhando mal um patrimônio de tamanho valor e acaba indo completamente contra a filosofia da empresa e dos seus objetivos de negócio. Acaba sendo uma incoerência. O bom senso é ver que treinar dá lucro.
Nem todas as empresas adotam um critério básico na formação motivacional de suas equipes. Depende muito de cada empresa a adoção de um programa com critérios próprios. O erro primário que algumas costumam cometer quando lançam programas motivacionais é não perguntar o que motiva.
A visão de que motivar pessoas custa caro para as empresa é um mito porque muito mais caro é ter uma empresa com pessoal desmotivado, um desserviço à inteligência de qualquer um.
Na mesma equipe tem gente marcando gol e outros marcando os gols contra e estes estão comprometendo os resultados. A empresa que quer resultados sabe que tem que motivar pessoas e fazer um pacto com a atitude, isto é, destruir o desânimo e construir um ambiente motivado. E com isso, destruir a mentira para construir a verdade, destruir a desculpa para construir resultados.
Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!
(*) Gilclér Regina é palestrante de sucesso, escritor com vários livros, CDs e DVDs que já venderam milhões de cópias e exemplares no Brasil, América, Ásia e Europa
(Foto: Mikhail Nilov)