Hospital da Criança: ONG explica atraso e faz revelações

Jair Biatto, Maria Victoria, Ulisses Maia, Cida Borghetti, Ricardo Barros e Deise Kuztra em 22 de dezembro de 2017

Em contato com o jornalista Paulo Caetano, que apresenta o Pan News, da Jovem Pan, Deise Kuztra, presidente da ONG Organização Mundial da Família, que tem sede em Curitiba e é responsável pela construção do Hospital da Criança de Maringá, listou três motivos para o atraso da obras – prometido para ser entregue em novembro do ano eleitoral de 2018 – e fez ao menos duas revelações.

Segundo ela, a OMF está com o seu contrato concluído desde o final do ano passado e os equipamentos médicos grandes não foram entregues “para que não sejam comprometidos pela sujeira e para que não percam validade de garantia”. Ela elencou três motivos para o “atraso enorme” da obra: a) Atraso de cerca de dois anos no pagamento das últimas duas parcelas do cronograma de desembolso; b) A não execução da urbanização no entorno do prédio do hospital, que é de responsabilidade do município (duas licitações feitas deram deserta); c) A não decisão pelo município da firma de gestão para a subsequente realização do chamamento público para qualificar organizações para a gestão.

Agora, as revelações: em outubro de 2019 a ONG promoveu treinamento de uma equipe de Maringá no Hospitald a Criança de Brasília (que também teve problema de atraso, diga-se) para iniciar a elaboração do plano técnico operacional e o plano financeiro. “Porém depois do treinamento e quando a equipe de Maringá deveria iniciar o trabalho de elaboração, o então secretário de Saúde [Jair Biatto] dissolveu a equipe ,que não mais retornou aos trabalhos”. Ainda segundo ela, a ONG tem feito o que pode e documentos para provar que seus esforços foram “sempre muito difícil”,

A maior revelação feita por Deise Kruztra é que o Hospital da Criança foi um projeto solicitado pelo prefeito Ulisses Maia (PSD),” depois de conhecer o Hospital da Criança em Brasília”. Até então, circulava que a iniciativa tinha sido do então ministro da Saúde Ricardo Barros (PP), com apoio de sua mulher, Cida Borghetti então vice-governadora de Beto Richa e posteriormente candidata ao governo. Sempre divulgou-se que foi Ricardo que conseguiu os recursos para o hospital, inclusive em outdoors espalhados pela cidade. Em 18 de dezembro de 2017, por exemplo, a UEM assumiu a paternidade do pedido do hospital, feito à deputada estadual Maria Victoria Borghetti Barros (PP), filha de Ricardo e Cida.

(Foto: PMM)