O deputado federal Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, institucionalizou um esquema no Ministério da Saúde – cargo que ocupou entre 2016 e 2018 – “para tirar vantagens”. A afirmação, que corrobora o que o relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros, disse na manhã de hoje, é do vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues há pouco em entrevista à CNN. Segundo ele, a CPI foi muito mais longe do que imaginava ir mas que, mesmo assim, “por mais longe que a gente tenha ido, o caminho será incompleto”.

Ao responder uma postagem feita hoje pelo parlamentar maringaense, em que acusou a CPI de atacá-lo por ser líder do presidente Bolsonaro, Randolfe Rodrigues disse: “Sobre enganar e sobre desonestidade o deputado é especialista, e não é de hoje, inclusive desde muito tempo, inclusive desde o governo do presidente Michel Temer. Inclusive justiça seja feita em relação ao governo Bolsonaro, os esquemas de Ricardo Barros no âmbito do Ministério Público [da Saúde] não começam no governo Bolsonaro. Pelo que nós apuramos na CPI teve início do governo Michel Temer, teve continuidade na administração seguindo, do sr. Gilberto Occhi, no Ministério da Saúde, e continua com o braço operativo no MS, através do diretor de Logística, que é o sr. Roberto Ferreira Dias”.

Depois de apontar que o nome de Roberto Dias (ex-Cohapar no governo Cida Borghetti, mulher de Barros) aparece vinculado às compras suspeitas de vacina e pedido de propina, o senador lembrou que os três diretores de Logística do MS respondem a inquéritos, que o Coaf apontou movimentou atípicas em suas contas, que ele mantinha tráfico de influência no Ministério da Saúde e que nesta quarta-feira “vamos apresentar muito mais no depoimento do particular amigo do peito, dito pelo próprio Ricardo Barros em depoimento, que é o sr. Marcos Tolentino”. Confira a entrevista

Renan diz que Barros revolucionou corrupção

No Papo Antagonista desta terça-feira, o jornalista Claudio Dantas comentou o bate-boca à distância entre Renan Calheiros e Ricardo Barros. O relator da CPI disse que o líder do governo comanda um dos maiores esquemas de corrupção da história do Brasil. Confira: