Carta anônima de funcionários pede que CPI investigue a fundo distribuidora de vacinas

Sede da VTCLog, investigada pela CPI da Pandemia, em Brasília

Uma carta enviada de forma anônima a senadores da CPI da Pandemia na terça-feira dá detalhes sobre os diretores das empresas VTCLog e Voetur, cita sua suposta influência sobre o governo Jair Bolsonaro e pede que a comissão aprofunde essa linha de investigação, iniciada em julho. A informação está numa reportagem de Júlia Baron, na Folha de S. Paulo desta quinta-feira.

A denúncia de funcionários da empresa sugere que três das dez companhias do grupo não têm empregados e que uma das gestoras “possui em sua agenda reuniões com a base do governo, especificamente o atual vice-presidente, general [Hamilton] Mourão”, sem apresentar provas. “A CPI precisa aprofundar não somente na VTCLog, mas em todo o grupo Voetur. Querem blindar a família Sá. A Zenaide [Sá Reis, responsável pelo setor financeiro] tem muitas informações, mas o Carlos Alberto de Sá [dono do grupo] possui contatos”, afirma o texto. (…)

A VTCLog/Voetur é suspeita de manter um esquema de propina envolvendo Roberto Dias, ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, o que ambos negam. Ela assumiu toda a logística de distribuição de vacinas, medicamentos e outros insumos do país em 2018, quando o ministro da Saúde era Ricardo Barros, hoje deputado federal (PP) e líder do governo Bolsonaro na Câmara.

Antes, quem fazia esse trabalho havia mais 20 anos era um órgão público, a Cenadi (Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos), que foi pega de surpresa na época. A justificativa foi que a privatização tornaria o serviço mais eficiente e barato. Leia mais.

(Foto: DivulgaçãoVTCLog)