Maringaenses podem ter perdido viagem a Brasília

Comitiva em Brasília: reordenamento do IFPR foi rejeitado dia 14 e oficializado pelo Consup no dia 17

A comitiva de maringaenses que esteve hoje no Ministério da Educação, em Brasília, advogando a instalação de um campus do Instituto Federal do Paraná na cidade, tendo o prefeito Ulisses Maia (PSD) e o líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, Ricardo Barros (PP), pode ter perdido a viagem, custeada em parte pelo erário. Um dos participantes do encontro foi o atual reitor do IFPR, Odacir Zanatta, que perdeu na semana passada uma consulta pública sobre o reordenamento do instituto. Por 1.240 a 720, o Conselho Superior rejeitou o reordenamento, o que na prática inviabiliza um novo campus.

No encontro, o prefeito levou ao ministro Milton Ribeiro a proposta de instalação de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná em Maringá. Estava acompanhado do secretário Marcos Cordiolli, de representantes da Associação Comercial e Empresarial de Maringá, Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná e ainda do deputado federal Luiz Nishimori (PL).

“O município já acenou com a cessão um edifício para ser a reitoria do chamado IF Paranaense, o que comportaria cerca de 180 funcionários e 20 membros da alta direção da instituição”, afirmou o prefeito, segundo sua assessoria.

No dia 10, Odacir Antonio Zanatta explicou em vídeo (abaixo) a proposta de reordenamento da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no Paraná e convidou a comunidade acadêmica a participar de uma consulta interna sobre o assunto. Existe a previsão da criação de mais um IFPR, e o MEC propõe a criação a partir do reordenamento dos 26c campi. Segundo o MEC, o reordenamento das unidades proporcionaria a melhoria no atendimento às necessidades dos campi pelas novas reitorias, visto que, com menos campi, é possível um atendimento mais próximo das necessidades de cada unidade. A consulta encerrou-se na terça-feira, 14 (foi formalizada pelo Conselho Superior no dia 17), antecedida de uma manifestação do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (Sindiedutec).

O resultado da consulta pública, com a reprovação do Consup

A situação foi assim resumida no Blog de Zé Beto: “Hoje, em Brasília, uma reunião foi feita com a pretensão de defender uma nova reitoria de futuro (?) desmembramento em três do Instituto Federal do Paraná. Uma sede continuaria em Curitiba (ou Ponta Grossa) e outras duas em cidades com campus como Londrina, Palmas, Umuarama ou Paranavaí. Quem acompanhou o onipresente Ricardo Barros e comitiva foi o atual reitor Odacir Zanatta, que foi derrotado na defesa de se criar apenas dois institutos e instalar a sede em Maringá. No último dia 17, o Conselho Superior negou apoio ao chamado Reordenamento – diferente de São Paulo que aprovou – e mesmo assim Zanatta acompanhou seu líder em Brasília, levando a carta negativa, mas advogando que uma Reitoria fosse instalada em Maringá, que nem tem IFPR até hoje”.

(Foto: Divulgação/PMM)