Municípios justificam baixo índice de vacinação contra a covid
Atraso na alimentação do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização, baixa procura da população e até o recebimento de doses acima da necessidade. Essas foram, em resumo, as justificativas apresentadas ao Tribunal de Contas pelas sete prefeituras paranaenses que, no dia 22 de setembro, apresentavam índice de aplicação inferior a 70% das vacinas contra a covid-19 que haviam recebido da Secretaria de Estado da Saúde até então.
Cinco dos sete municípios questionados pelo TCE-PR responderam que estavam em dia na aplicação das doses recebidas, mas em atraso na inserção das informações sobre os imunizados no SI-PNI, sistema mantido pelo Ministério da Saúde. São eles: Ivaté (cuja taxa de aplicação registrada no SI-PNI em 22 de setembro era de 61,60%), Santa Mônica (62,52%), Mandaguaçu (68,84%), Quatro Pontes (69,47%) e Tamboara (69,80%).
Para explicar o descompasso entre o ritmo da vacinação e a inclusão de dados no SI-PNI, esses cinco municípios justificaram, essencialmente, que falta pessoal para atender todas as demandas relacionadas à imunização contra a covid-19. A Prefeitura de Quatro Pontes informou ter contratado dois servidores para suprir, em parte, o acúmulo de trabalho gerado pela recente saída de três profissionais. Tamboara informou que os registros em atraso já haviam sido efetivados em 30 de setembro, data da resposta ao TCE-PR. Já Santa Mônica assegurou que, até aquela data, o índice de inserção de dados no sistema deveria atingir 90% dos vacinados.
BAIXA PROCURA – O município de Coronel Domingos Soares, atribuiu a situação à baixa procura da população pelos imunizantes. Na resposta ao TCE-PR, o próprio Departamento Municipal de Saúde confirmou que, até 28 de setembro, havia aplicado 68,73% das 10.511 doses recebidas – índice um pouco superior aos 67,83% verificados pelo TCE-PR no dia 22 daquele mês. No final de setembro, a cobertura vacinal com a primeira dose atingia 86% da população acima de 18 anos e apenas 51,16% desse contingente com a segunda dose, a dose única e a dose de reforço.
Para ampliar a cobertura vacinal, a administração municipal informou que está realizando busca ativa das pessoas que ainda não iniciaram a vacinação ou deixaram de tomar a segunda dose na data prevista. Para chegar a essas pessoas, a prefeitura utiliza diversos meios de comunicação, inclusive as redes sociais. A busca ativa é uma das medidas recomendadas pelo TCE-PR para ampliar o índice de vacinação em todo o estado.
EXCESSO DE DOSES – A Prefeitura de Almirante Tamandaré argumentou que o suposto baixo índice de aplicação (que era de 67% em 22 de setembro, segundo o registro no SI-PNI) foi causado, na verdade, devido ao recebimento de 14.470 doses além do necessário. Esse volume já foi devolvido à Segunda Regional da Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com a prefeitura, até aquela data, esse município da Região Metropolitana de Curitiba havia aplicado 101.242 doses da vacina contra a covid-19, volume correspondente a 74,10% das 136.620 doses efetivamente recebidas. A Secretaria Municipal da Saúde mantinha em estoque um total de 25.432 vacinas destinadas à segunda dose da imunização, aguardando a data agendada para a aplicação.
MAPA DA VACINAÇÃO – A fiscalização do TCE-PR sobre o processo de vacinação foi iniciada ainda em janeiro deste ano, assim que as primeiras doses de imunizantes contra o coronavírus começaram a ser distribuídas e aplicadas na população. Os principais objetivos do Tribunal são garantir um processo de vacinação ágil, eficaz e que respeite a ordem de prioridade estabelecida pelas autoridades de saúde. A situação dos 399 municípios paranaenses em relação à aplicação das doses de vacinas recebidas pode ser conferida em um mapa, acessado aqui. (TCE-PR)