O dono do poder

Reportagem da revista Crusoé aborda Ciro Nogueira, classificado de “o dono do poder”. Um dos trechos da matéria de Patrik Camporez:

Os mais do que conhecidos ônus de se aliar ao Centrão de Ciro e companhia limitada, e que Bolsonaro fez questão de ignorar em nome do seu projeto de poder, aos poucos vão ganhando a superfície. Boa parte do dinheiro manejado pela turma tem irrigado contratos superfaturados e movido esquemas de corrupção. Recentemente, dois indicados do Centrão, Tiago Pontes Queiroz, então secretário Nacional de Mobilidade Urbana, e Davidson Tolentino, então diretor de revitalização da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, Codevasf, pediram exoneração dos cargos que ocupavam, depois que começaram a ser investigados pela Polícia Federal.

Pontes e Tolentino foram os responsáveis por licitações bilionárias com indícios de superfaturamento com verba do orçamento secreto — ambos já haviam se metido em rolos no Ministério da Saúde, durante a gestão de Ricardo Barros, do mesmo Progressistas. Dois dias antes da operação que os apanhou, em setembro, jornais de Pernambuco noticiaram que Ciro fez um “pit-stop” relâmpago em Recife, para falar com Tolentino. Os dois foram vistos almoçando em um restaurante próximo ao aeroporto da capital pernambucana. Nada que abalasse, no entanto, o prestígio de Ciro junto ao presidente. Ao menos enquanto a parceria entre o governo e o Centrão for vantajosa para ambos, o ministro da Casa Civil seguirá ostentando muito poder. Aqui, na íntegra (para assinantes).

(Foto: Isac Nóbrega/PR)