Os empurrões da Petrobras nos negócios do ‘rei do biodiesel’

BSBios, em Marialva: negocião de Erasmo Carlos Battistella

Trechos da reportagem de Vinicius Konchinski no The Intercept Brasil, que cita a BSBios e, claro, Ricardo Barros:

O empresário Erasmo Carlos Battistella tem planos ambiciosos. Até 2030, quer se tornar o terceiro maior produtor de biocombustíveis do mundo. Aos 43 anos, o filho de agricultores nascido na pequena cidade gaúcha de Itatiba do Sul e que começou a carreira como dono de postos de gasolina trabalha para justificar o apelido que ganhou com o seu tino para negócios: “rei do biodiesel”.

Battistella entrou no ramo em 2005 e atualmente é dono da empresa que mais produz esse tipo de combustível no Brasil, a BSBios. Só ela faturou mais de R$ 5,3 bilhões em 2020 e contribuiu para a expansão do Grupo ECB, o conglomerado que leva no nome as iniciais de Battistella, inclusive para o Paraguai. O empresário certamente não seria tão bem sucedido, porém, não fossem alguns empurrões da maior estatal brasileira, a Petrobras.

Em 2009, Battistella vendeu à petrolífera 50% da propriedade de uma usina de biodiesel de Marialva por R$ 55 milhões. Foi um negocião: ele a havia comprado, ainda em obras, por R$ 37 milhões – ou seja, 67% do valor que a Petrobras pagou por metade dela. (…) Battistella também esteve com outros três ministros e diversos parlamentares num evento da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, em maio. Naquele mês, ele se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP de Alagoas, eleito para o cargo com o apoio de Bolsonaro, e comemorou com o deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná, líder do governo na Câmara, um projeto de lei que institui o Programa Nacional dos Combustíveis Avançados Renováveis. Na íntegra, aqui.