A insegurança das urnas de lona
Os mais jovens como Kim Rafael, Luiz Neto, Pamela Bussolin, Paulo Caetano, Agnaldo Vieira e Fernando Tupan, da turma a atual bancada do Pan News, tendo o Carioca e Murilo, igualmente jovens, na retaguarda, provavelmente não conheceram o sistema de votação em cédulas de papel, depositados em urnas de lona. Coisa do tempo da carroça, diria outro amigo
Um amigo de Marialva, com quem temos em comum além da amizade, sermos fãs de Hélio Ribeiro, contou-se um fato que retrata bem a insegurança o sistema vigente até 96, salvo engano.
Contou-me ele que nas eleições 89, quando o Collor arrastou radialistas, para as assembleias e congresso, na região um candidato amigo dele, Mario Bezerra, estava bem cotado e ficou na suplência, com votação bem menor em Colorado.
A votação era em cédulas de papel e na apuração os votos em branco poderiam ser facilmente transformados em votos para candidatos da preferência do escrutinador ou ‘por ordem superior’. Não havia internet, para se verificar era preciso buscar as informações presencialmente e este meu amigo vou convidado a percorrer a região verificando. Disse ele que em todas a cidades ao redor o número de votos brancos era em torno de 20 a 30% e numa cidade 2 a 3%, com votação expressiva para determinado candidato que foi eleito e antes da posse faleceu em acidente.
O suplente Mario Bezerra assumiu e não mais se falou no assunto. Passados uns cinco anos, meio amigo, conversando que pessoa, numa festa, após algumas cervejas contou o assunto e o interlocutor disse que foi escrutinador e recebeu orientação para que votos em brancos fossem para o eleito.
Estamos falando de um caso no Paraná e imaginem no interior da Amazônia, nas favelas onde o crime prevalece, como era. Insegurança total.
Meu amigo ainda me contou caso de um vereador de Floresta que acompanhou a contagem de votos , voto a voto, e somou 125, que eram mais que suficiente para ser eleito. Quando saíram os boletins, tinha 9 votos. Foi reclamar e disseram que só com uma ação judicial e custavam um valor absurdo. Mesmo acompanhando, na hora da transcrição podia haver fraudes.
Trazendo para os dias hoje e fazendo o que Bolsonaro e bolsonaristas defendiam, os votos seriam impressos e contados ao final nas próprias sessões. Imaginem o que poderia acontecer.
E o que garante as segurança no sistema atual? A eleição de Francisco Alves, há poucas semanas é um exemplo. E o próprio Bolsonaro acredita no sistema. Vejam aqui.
Isto posto, apesar de alguns me considerarem ainda no tempo da TV de tubo, estou convicto que o sistema eleitoral brasileiro é auditável, seguro 500 mil vezes mais que aquele lá de 1989. Espero ter alguma razão, não necessariamente estar coberto de.
(Foto: TRE-PR)