Depois do depósito de entulhos no distrito de Floriano e do espigão de entulhos na saída para Campo Mourão, Maringá ganha mais um aterro que funciona sem licença ambiental. O novo depósito fica na Estrada Guaiapó, zona norte da cidade, próximo a manancial de abastecimento e está em nome da Renovace Brasil Tratamento de Resíduos Ltda., a dona do espigão que fica na rua Marcelo Busíquia e que tem chamado a atenção de todos os que passam em direção a Campo Mourão e ao Aeroporto Regional de Maringá.

Em agosto deste ano, em resposta a requerimento do vereador Paulo Biazon (PSL), um parecer da Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal confirmou “a movimentação com taludes no limiar dos raios de preservação permanente das nascentes, com uma distância de aproximadamente de 85 metros, entre o talude e o setor administrativo.”. Por isso a empresa foi notificada a paralisar de imediato as obras de instalação administrativa, até que seja providenciado o licenciamento ambiental junto àquela secretaria.

A prefeitura também notificou para que a empresa retirasse o material depositado irregularmente na área. “Ademais, frisa-se que a apresentação de um projeto eficaz de drenagem é essencial, para mitigar eventuais danos as nascentes verificadas no lote considerando a acentuada declividade em direção as nascentes”, diz trecho do parecer.

O poder público municipal precisa fazer alguma coisa. Mesmo sem licença ambiental, a empresa continua operando próximo a manancial. Apesar da revolta em relação ao estrago que a cidade vem presenciando – o que reflete não só na qualidade de vida mas inclusive na questão imobiliária e de geração de empregos -, a impressão que se tem é que há vagar para se tomar providências. Por trás das empresas, e também de uma casa noturna que funciona na Zona 2 sem relatório de impacto de vizinhança, estaria um ex-candidato a deputado federal e filho de vereador, cujo nome, porém, não aparece na lista de proprietários. A Renovace está em nome de Fernanda de Araújo Silva. Saudades dos tempos do Fietinho de vereador, que constantemente infringia as leis de trânsito – parece que fazia menos mal.