Haveremos de esconjurar os arautos da morte e do caos
De Reinaldo Azevedo, no UOL:
A democracia brasileira, nos seus aspectos formais — e eles são, sim, muito importantes e precisam ser preservados —, sobreviveu. Haverá, contra a vontade de Bolsonaro, eleições livres no ano que vem. Tudo indica que o povo vai defenestrá-lo. Mas convém não contar com o ovo na barriga da galinha, como se diz na minha terra de modo mais desassombrado. O governo federal, e o presidente da República em particular, tem um poder imenso no Brasil. Convém não ignorar essa questão. (…)
Conservamos, reitero, intocadas, na forma, as instituições — e isso é muito importante —, mas a fome voltou a vitimar milhões de brasileiros. Conservamos intocadas as instituições, mas a violência de forças de segurança contra negros e pobres raramente foi tão abusada. Conservamos intocadas as instituições, mas a Amazônia e o Pantanal arderam sob a incúria, a incompetência e a trapaça oficiais. Conservamos intocadas as instituições, mas as terras indígenas foram invadidas, com estímulo oficial, pelo garimpo ilegal, e o resultado são destruição e morte. Conservamos intocadas as nossas instituições, mas o mundo que interessa zomba do governo do Brasil, faz chacota, trata-o por aquilo que é: um aglomerado de lunáticos, sob o comando de um reacionário desprezível. Leia mais (para assinantes).
(Ilustração: Edu Oliveira/GZH)
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