Em carta, arcebispo diz que existem motivos para dom Anuar celebrar missas públicas somente com sua autorização

Por “questão ética” os motivos não foram expostos pelo atual arcebispo

Em carta dirigida aos padres da Arquidiocese de Maringá há exatamente dois meses, o arcebispo metropolitano dom Frei Severino Clasen disse que existem motivos que justificam a determinação ao arcebispo emérito dom Anuar Battisti, para que não celebre missas públicas sem sua autorização. Ontem o blog publicou que dom Anuar, que deixou o comando da Igreja Católica de Maringá em novembro de 2019 e voltou a residir em Toledo, afirmou estar proibido de presidir missas na sua antiga arquidiocese. Por sua vez, a arquidiocese disse não existir impedimento, mas a carta, tornada pública agora, deixa claro que para celebrações públicas o ex-arcebispo deve ter a autorização de dom Severino.

“Desde a minha chegada a Maringá, em 15 de agosto de 2020. pedi a dom Anuar Battisti, que celebrasse somente de forma privada no território da arquidiocese e quando solicitado a celebrar de forma pública só o faça com minha prévia autorização. assim como já vinha acontecendo. Entendo que é preciso tempo para que as feridas se curem e para que eu possa, a exemplo do Bom Pastor, reunir o clero e povo de Deus que por motivos diversos estavam dispersos.”

Num dos trechos da carta, dom Frei Severino Clasen esclarece aos padres que esteve com o arcebispo emérito, na semana anterior, junto com o vigário-geral da Catedral, padre Israel Zago, e reforçou o que “já era de conhecimento dele e de todo nosso clero: dom Anuar Battisti só deve celebrar de forma privada no território da arquidiocese e quando solicitado a celebrar de forma pública só o faça com minha prévia autorização”. Chamam a atenção as frases seguintes da missiva datada de 12 de novembro de 2021: “Os motivos para esta determinação existem. Contudo, por uma questão ética, não convém expô-los.”

Na carta, o arcebispo de Maringá, à frente da arquidiocese desde agosto do ano passado, lembrou que “Acolher e Cuidar” não somente é o título da sua carta pastoral, “como também é meu lema episcopal e minha missão de vida, e por isso, busco em meu dia a dia pôr em prática. Acolher é para mim um rasgar o. coração, pôr de lado as diferenças e amar, assim como Jesus mesmo nos acolheu e amou. Cuidar, todavia, exige de mim atitudes e que por vezes precisam ser firmes para resguardar a dignidade e a integridade daqueles que Deus me confiou.”

Ao final da carta, dirigida aos padres por conta de um áudio que dom Anuar enviou a eles um dia antes, dom Frei Severino Clasen afirma que a amizade entre os dois “desde minha chegada a Maringá sempre foi muito fraterna e, de minha parte continuará, afinal, mais que amigos, somos irmãos pelo sacramento do Batismo e pela dignidade episcopal. A todo o clero, agradeço pela caminhada que juntos estamos fazendo e espero continuar contando com vosso apoio, sobretudo, em situações difíceis e complicadas. Que Maria, mãe de Jesus, nos alcance, por sua intercessão, o dom da unidade que tanto Jesus desejou para a sua Igreja”.