Ex-secretário entrega mercador de propinas na Saúde

O maringaense Ricardo Barros é citado quatro vezes numa das principais reportagens da revista Crusoé desta semana. Paulo Cappelli conta sobre Edmar Santos (foto), ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro na gestão Wilson Witzel e que virou relator e detalhou oferta de parceria em Brasília, feita pelo paranaense Roberto Bertholdo, conhecido lobista com laços estreitos com o PP e seus chefões. O esquema envolveria o Ministério da Saúde.

Amigo do peito do deputado federal Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, Bertholdo chegou a ser preso por participar de um esquema de desvios ligado à organização social Iabas, contratada por diversos governos – inclusive o do Rio – para montar hospitais de campanha durante a pandemia. Na delação, Edmar revela que os tentáculos do lobista envolviam o próprio ministério. Segundo ele, Bertholdo propôs usar sua influência dentro da pasta para facilitar negócios escusos que poderiam render, por fora, alguns milhões de reais. No vídeo em que dá detalhes da oferta, o ex-secretário conta que o lobista oferecia um “pacote completo” a quem se interessasse em participar. Estava incluída até mesmo uma ajudinha para abrir empresas e contas no exterior, onde o dinheiro desviado por poderia ser escondido, diz o texto.

“Bertholdo foi conselheiro de Itaipu Binacional e teve o nome especulado para virar ministro do governo Lula, na cota do então aliado PMDB [a indicação foi de José Borba, deputado federal, líder da bancada paranaense e que então residia no mesmo prédio de Ricardo Barros]. O lobista, que também é advogado, tem ainda em sua folha corrida uma acusação de oferta de suborno a ministros do STJ para favorecer um de seus clientes. Quando seu amigo Ricardo Barros era ministro da Saúde, no governo de Michel Temer, Bertholdo era um atalho conhecido para empresários que queriam se aproximar da pasta – em alguns casos, as conversas eram absurdamente heterodoxas“. Leia mais (para assinantes).

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)