Vazamento de dados, só os dos outros

Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio. Em entrevista à Jovem Pan Curitiba, nesta segunda-feira, o deputado Ricardo Barros (PP), ínclito líder do governo na Câmara Federal, defendeu o vazamento de dados verificado no que ficou convencionado de Vaza Jato, feito pelo The Intercept Brasil a partir de conversas de membros da Operação Lava Jato. Recentemente, quando soube-se que ele foi acusado pela Receita Federal de ocultar R$ 22 milhões, Barros criticou o órgão, acusado de vazar os dados.

Na entrevista de hoje, o parlamentar disse, ao atacar o ex-procurador Deltan Dallagnol: “A Lava Jato queria destruir a classe política para tomar o seu lugar. Não é porque estava ruim ou com problema. Eles queriam tomar o lugar. Já estava no Telegram deles lá, há quatro anos, o Deltan falando que queria ser candidato ao senado. Aí eles prendem o Beto Richa que era candidato ao senado”.

Barros também aproveitou para cutucar seu conterrâneo, Sergio Moro: “O Moro é Zorro, está fazendo uma de justiceiro. Um dia o Sargento Garcia vai pegar ele. O mantra do Moro é a Operação Mãos Limpas. O que aconteceu lá? Prenderam todo mundo, foram para política e foram para cadeia. Vai repetir aqui”. O discurso de Barros – nos ataques ao Judiciário, Ministério Público etc – está cada vez mais parecido com o de Jair Bolsonaro, todos reunidos “numa pessoa só”, como diria Arnaldo Baptista.

Foto: Iliescu Victor)