À espera do inesperado

Por Merval Pereira, em O Globo:

Tudo parece se encaminhar para uma vitória do ex-presidente Lula na eleição presidencial de outubro, a não ser que o inesperado faça uma surpresa, como cantava Johnny Alf. Nem tão inesperada assim seria uma desistência de Bolsonaro, prevendo a derrota certa e sem chance de tornar-se, como Trump nos Estados Unidos de Biden, a liderança contra o PT sem foro privilegiado que o proteja. Eleito senador, Bolsonaro poderia liderar a oposição. Derrotado, pode ir para a cadeia. Sua saída do páreo mudaria a cena eleitoral.

Lula está fazendo tudo certo, inclusive contendo sua turma mais radical que, enebriada pelo clima de já ganhou, começou a anunciar medidas que não combinam com o que Lula anuncia que está planejando. Pretende, segundo diz, fazer um governo mais amplo que o PT, assim como ele é maior que o partido que criou.

Os petistas da velha guarda, como José Dirceu, Dilma Rousseff, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, José Genoino e Franklin Martins, andaram discorrendo sobre planos polêmicos como interferir no currículo das escolas militares, alteração nos critérios de promoção de oficiais superiores, controle social da mídia, retorno da política econômica criativa, mudança da reforma trabalhista, fim do teto de gastos, e assim por diante. Leia mais (para assinantes).

(Foto: Ricardo Stuckert)