Manter a base à base de facada e Adélio

De Hanrrikson de Andrade, no UOL:

Em ritmo de campanha pela reeleição, Jair Bolsonaro (PL) e o chamado gabinete do ódio — estrutura informal destinada a promover a imagem do presidente em meios digitais — investem em mais uma estratégia para manter o engajamento da militância: relembrar o episódio do atentado a faca do qual o então candidato foi alvo em 6 de setembro de 2018.

A tática é recorrente para bolsonaristas nas redes sociais desde 2019, mas vem sendo amplificada à medida que a eleição de 2022 se aproxima — e a polarização se acirra.

Bolsonaro deve ter como principal adversário nas urnas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu maior desafeto. Pesquisas de opinião divulgadas até o momento indicam ampla vantagem de Lula à frente do rival, com possibilidade até de vitória ainda no primeiro turno. Nos últimos dias, o episódio da facada voltou a ecoar nas redes sociais com boatos de que, em novo depoimento à Polícia Federal, o autor do crime, Adélio Bispo, teria citado um partido de oposição como mandante da facada.

Segundo apuração do UOL, a informação é falsa, e não houve esse depoimento. A PF afirma que os inquéritos já concluídos sobre o caso mostram que Adélio agiu sozinho. A mentira foi publicada no sábado (12) por um perfil anônimo hospedado no Twitter e, na segunda-feira (14), atingiu escala entre os assuntos mais comentados na rede social no Brasil. A performance se deve ao engajamento da base bolsonarista. Leia mais.