De Helena Mader, na Crusoé:
Os governos do Paraguai e do Brasil finalizam as negociações para a criação de uma comissão de auditoria externa que será encarregada de analisar as contas de Itaipu Binacional, a hidrelétrica instalada na fronteira e administrada pelos dois países. A usina envolve números superlativos: a construção do empreendimento captou 27 bilhões de dólares, além dos 100 milhões de dólares de capital social. Só em 2019, os investimentos diretos chegaram a 12 bilhões de dólares.
Auditores de controle externo do Brasil temem que a fiscalização das contas bilionárias fique sujeito a interferências políticas. O comando de Itaipu virou um cabide de emprego para políticos influentes – Cida Borghetti (foto), mulher do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, é conselheira da hidrelétrica, com salário mensal de 27 mil reais.
“‘Esse ente de controle externo está sendo construído pelos dois países e a gênese desse tipo de coisa será determinante para o tipo de resultado que produzirá. Não é difícil imaginar os arranjos que estão em andamento numa empresa tão problemática em termos de transparência”, afirmou um auditor de controle externo que acompanha as tratativas.” Leia mais.