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Passaporte sanitário: Dr. Batista desempata e ACP elogia

A Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou hoje o projeto de lei 655/2021, que não torna obrigatório o passaporte sanitário no estado; o projeto, que já havia passado pela CCJ, ainda será votado em plenário. Os parlamentares aprovaram o parecer favorável apresentado pelo deputado Márcio Pacheco (PDT), ficando prejudicado o voto em separado contrário à proposta apresentado pelo deputado Arilson Chiorato (PT). O relatório foi aprovado após o voto de desempate do presidente da Comissão, deputado Dr. Batista (DEM).

A matéria veda qualquer exigência de documento, certidão, atestado, declaração ou passaporte sanitário comprobatório de vacinação contra a covid-19 para acesso a espaços de uso coletivo, público ou privado, independentemente da capacidade de público do local. Tramitando em regime de urgência, o texto é assinado pelos deputados Ricardo Arruda (PSL), Coronel Lee (PSL), Delegado Fernando Martins (PSL) Delegado Jacovós (PL), Soldado Fruet (Pros) e Gilberto Ribeiro (PP).

A Associação Comercial do Paraná divulgou nota de aplauso à decisão da Comissão de Saúde Pública da Alep, “Entendemos que o combate à pandemia da covid-19 não deve dar ao estado o poder de abolir a liberdade individual. Desde o primeiro momento a ACP foi defensora do cumprimento das normas sanitárias, com a vigorosa defesa da vacina, do uso de máscara e do devido distanciamento nos espaços de risco. Nosso posicionamento é pela vida, mas também pela liberdade. A experiência em diversos países mostrou resultados insignificantes após a adoção do passaporte e, no momento em que o Brasil bate recordes de vacinação não se justifica a criação de normas contra a liberdade de ir e vir. Além do mais, a vacina tem o potencial de reduzir a gravidade da doença, mas não garante que os vacinados deixem de transmitir o vírus. Orientação correta a todos ainda é o melhor método para acelerarmos o fim da pandemia”, diz a nota endereçada ao presidente da Comissão de Saúde, Dr. Batista, que deu o chamado voto de Minerva.

O deputado Márcio Pacheco esclareceu que o projeto não tem nenhum caráter contrário à vacinação da covid-19. De acordo com o relator, a matéria objetiva assegurar a liberdade de escolha do cidadão. “O que estamos discutindo é o passaporte sanitário. Ele é ineficaz e impõe a segregação. Somos contrários a forçar, exigir e constranger as pessoas”, afirmou o parlamentar. 

Durante a leitura do voto contrário, o deputado Arilson Chiorato argumentou que o parecer deixou de observar pretextos técnicos de saúde. “O direito de locomoção está acontecendo durante a pandemia. Exigir um comprovante é uma medida de incentivo à vacinação. É uma forma de proteger aqueles que realmente não podem tomar vacina por restrição médica. Não podemos propor uma lei que interfira na análise epidemiológica do Estado”, disse.

A matéria, que já havia sido aprovada na forma de um substitutivo geral na CCJ, ainda precisa passar pela Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda; Comissão de Fiscalização da Assembleia Legislativa e Assuntos Municipais e Comissão de Educação, para depois ser deliberada pelos parlamentares em plenário.

A reunião desta quarta-feira contou com a participação e voto dos deputados Dr. Batista (DEM), Arilson Chiorato (PT), Cristina Silvestri (CDN), Michele Caputo (PSDB), Márcio Pacheco (PDT), Ricardo Arruda (PSL) e Delegado Jacovós (PL). O deputado Evandro Araújo (PSC) também participou da reunião.

REGRAS – A proposta veda a exigência de documentação para contratação, obtenção e manutenção de trabalho, emprego ou cargo, público ou privado, obtenção de documentos e inscrições em concursos, matrícula em escolas, universidades e instituições de instrução e ensino congêneres, públicas ou privadas, entre outras atividades.

Também proíbe que seja negado acesso a templos religiosos, repartições públicas, modais de transporte, eventos de qualquer natureza, escolas, universidades e instituições de instrução e ensino, tanto públicas quanto privadas, estabelecimentos comerciais, industriais e bancários e empresas prestadoras de serviços.

O projeto permite que gestores públicos ou privados possam vedar o acesso a espaço de uso coletivo em caso de infecção pela covid-19 pelo tempo que durar o período de transmissão. Por fim, a matéria proíbe no Estado a discriminação e o tratamento diferenciado ou constrangedor a pessoas que optem por não se vacinar contra a covid-19. (C/ Alep)

(Foto: Orlando Kissner/Alep)

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