Pistolagem na área de terras citada na CPI da Pandemia

“O que está ocorrendo no Socavão é uma prática de séculos passados na grilagem de terras, quando por meio de documentos qualquer se autoproclamavam donos, intimidavam e faziam a limpeza da área, ou seja, expulsavam quem estava nela, e depois de um tempo vendiam para terceiros. Nós achávamos que essa prática, pelo menos aqui no Paraná, havia ficado na história, mas não, está ocorrendo novamente em pleno século XXI”. As palavras são de Eduardo Medeiros Gomes, presidente do Sindicato Rural de Castro e estão na matéria do jornalista Walter Téle Menechino, que é capa da edição de hoje do Diário dos Campos, de Ponta Grossa.

“Homens armados estão ameaçando atear fogo em tratores e equipamentos dos produtores. Dizem estar a serviço dos verdadeiros proprietários das áreas e exibem documentos de procedência e legalidade duvidosas. A polícia foi chamada algumas vezes, em uma delas, no dia 14 de fevereiro, a Patrulha Rural da PM conseguiu interceptar um veículo. Nele haviam homens armados. As armas seriam legais e os indivíduos, devidamente identificados, tinham porte de arma”, diz trecho da reportagem.

Em outro trecho, detalha assunto recentemente abordado aqui. Os documentos que embasam a reivindicação de propriedade dos 28,2 mil hectares no distrito do Socavão, em Castro, se tornaram nacionalmente conhecidos em junho e julho de 2021, devido à CPI da Pandemial, que investigou a compra de vacinas contra a covid-19. Mais especificamente quando a pauta foi a tentativa de compra do imunizante Covaxin, um negócio de R$ 1,5 bilhão quando apareceu o nome do ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP). O acordo foi unilateralmente cancelado pelo Ministério da Saúde.

“A transação comercial internacional para a compra da vacina que era conduzida pela Precisa Medicamentos – farmacêutica que intermediava a venda da vacina Covaxin, produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech – com o governo brasileiro, exigia garantias. Uma dessas garantias foi justamente os questionáveis registros de propriedade das terras no distrito rural castrense. Documentos esses que já haviam sido apresentados, e rejeitados, pelo Governo do Paraná, em uma tentativa de quitação de dívida tributária.” Leia mais.

(Reprodução/DC)