Ricardo Barros passa a mão no bumbum dos índios
Título do texto de Zé Roberto Alves, de O Gazeteiro, o que dá a dimensão da vergonha para a dita melhor cidade do Brasil (aliás, definitivamente, Bolsonaro para ser liderado pelo maringaense):
É mais do que uma passada de mão nas nádegas dos grandes indígenas brasileiros. O nobre representante do povo do Paraná na Câmara dos Deputados, o maringaense Ricardo Barros (PP), entrou com um pedido de urgência para a votação do projeto que “afrouxa” as regras de exploração mineral em terras de domínio indígena na Amazônia. Leia detalhes aqui.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 279 votos a 180, o requerimento do líder do governo, deputado Ricardo Barros para tramitação em regime de urgência doprojeto de lei 191/20, sobre a mineração em terras indígenas. Confira aqui como votou cada parlamentar. Dos que representam Maringá, o Sargento Fahur (PSD) ee Luiz Nishimori (PL) seguiram Barros e votaram a favbor; Enio Verri, assim como a maior paete da oposição, votou contra a proposta.
Ao anunciar a votação do requerimento, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou também que a proposta será analisada por um grupo de trabalho e só será incluída na pauta em abril. A decisão, segundo ele, é parte de acordo entre líderes da base e da oposição.
“Como nós não temos as comissões instaladas, vamos autorizar a formação de um grupo de trabalho com, em tese, 20 deputados – na proporção de 13 deputados da maioria e 7 da minoria – com prazo acertado entre os líderes de 30 dias para que o projeto venha ao Plenário na primeira quinzena de abril”, disse, segundo a Agência Câmara de Notícias.
A oposição criticou a decisão de votar a urgência nesta quarta-feira. “A mera criação de um grupo de trabalho demonstra que não há urgência na votação deste tema”, afirmou a líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (SP).
O líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (MG), defendeu a rejeição da urgência. Para ele, o tema só deveria vir à pauta após a discussão no grupo de trabalho. “Durante as reuniões, mesmo os líderes da base do governo manifestaram divergências em relação ao texto”, disse.
A representante da Rede, deputada Joenia Wapichana (RR), afirmou que a proposta viola direitos das populações indígenas. “Vai levar à morte, à devastação das vidas e das terras indígenas. Não se pode colocar uma ameaça de falta de fertilizantes para autorizar a mineração em terras indígenas, mas essas minas [de materiais utilizados na fabricação de fertilizantes] não estão na Amazônia, estão em São Paulo e em Minas Gerais”, declarou.
(Foto: Camilo Faladão Kuikuro/Midia Ninja)