Cambistas e flanelinhas de volta ao WD

Será que veremos as imagens de 2014 nesta quarta-feira?

Em 2014, na final do Campeonato Paranaense com o Londrina, havia, como acontece agora, cambistas que lucraram bastante no entorno do Estádio Willie Davids. Ao menos um diretor do clube foi flagrado vendendo ingresso acima do preço. Também houve uma ação coletiva do Ministério Público, pois muita gente pagou e não entrou, provocando superlotação e seus consequentes riscos. Em maio de 2019 a justiça condenou o clube e a BB Corretora Ltda., de propriedade do deputado federal Ricardo Barros (PP) e da deputada estadual Maria Victoria Borghetti Barros (PP), a indenizar por danos emergentes individuais torcedores que compraram ingressos e não conseguiram assistir a partida. Agora, o depoimento de um jornalista que gosta de futebol e resolveu ir ao Willie Davids no domingo:

– Não havia ingressos disponíveis nas bilheterias domingo, mas sobravam nas mãos de cambistas. Na descoberta, pediam R$ 80. Após ‘choro’, deixavam por R$ 60. Levei um 1 kg de feijão confiante que obteria meu convite na bilheteria, garantindo a famosa ‘meia’. Recusei proposta do cambista e vi o jogo pela internet, mas não fugi do ‘flanelinha’, que me extorquiu R$ 5.

Aliás, o entorno do estádio virou terra de ninguém. O estacionamento ao lado do terminal foi loteado entre três grupos, pelo que pude entender depois de rápida discussão com sujeito que, metido num colete fluorescente, botava ares de ‘autoridade’. Segundo ele, recurso ‘arrecadado’ era para o Provopar.

A cobrança é antecipada, ou seja, ao estacionar o cidadão já morre com o cincão – ou deizão, como esclareceu o cobrador. “Vai do carro do cara”, disse o flanelinha. Como havia me negado a pagar logo ao estacionar (e caminhei rumo ao estádio com aquela sensação de que alguma maldade poderia ocorrer com o carro), tentei doar o feijão, mas, o sujeito foi claro: a ordem era só dinheiro, porque o alimento tinha que ficar na portaria do estádio. Lá foi cincão para não virar discussão perigosa.