Fórum discute turismo rural

O turismo rural é uma importante fonte de renda, que agrega as famílias; valoriza o trabalho da mulher; e proporciona um ambiente favorável paras os jovens permanecerem no campo. É a conclusão dos participantes que acompanharam o II Fórum de Turismo Rural, realizado na tarde de ontem no Centro de Eventos 2, localizado no parque de exposições de Maringá.

O encontro marcou a abertura da programação dos eventos técnicos da 48ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá, e 25ª Internacional, a Expoingá 2022. Mais de 120 pessoas, representantes de várias cidades da região noroeste do Paraná, estiveram presentes. Eram produtores rurais, secretários municipais de Turismo e empresários que já atuam no segmento. Até o dia 15 de maio, serão mais de 50 iniciativas de difusão do conhecimento e de intercâmbio de experiências.

Vinhos – Da história da Vinícola Araucária, localizada em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, os participantes acompanharam a trajetória do cultivo da árvore símbolo do Paraná e da implantação de parreirais, com cepas importadas da França e da Itália, para a produção de vinhos de mesa e espumantes. “Iniciamos o projeto em 2007. Tivemos a primeira colheita em 2014. No ano seguinte, começamos a engarrafar os vinhos. Em 2020, tivemos a grata surpresa de vencer o concurso “Wines of Brasil Awards 2020”, em cinco categorias”, diz Renato Adur, que com outros quatro sócios desenvolvem o projeto.

Hoje, além da atividade comercial, a Vinícola recebe turistas para fazer passeios guiados, colher a uva, esmagar as bagas com os pés, sapecar o pinhão, em fogueiras, percorrer trilhas ecológicas na mata nativa, com riachos, cachoeira, lagos, jardins, visitar o santuário e contemplar a vista panorâmica da região, no mirante. Podem, também, degustar as preciosidades premiadas e saborear pratos, que aliam requinte com detalhes regionais, no Restaurante Gralha Azul.

Experiências – Na Chácara Castelari, localizada em Marialva, a uva, também, dita o ritmo do orçamento da família. Com parreirais cultivados em um hectare, eles recebem visitantes para viverem experiências da colheita e almoços, com “comidas da roça”. “É uma atividade familiar, realizada com muito carinho e dedicação”, ressalta Fabiana Castelari.

Políticas Públicas – Para comprovar ser possível transformar a realidade de um pequeno município, a secretária de Indústria, Comércio e Turismo de Urubici, Marinês da Conceição Walkowski, apresentou o resultado das políticas públicas adotadas para promover o desenvolvimento do turismo rural na cidade do interior do Estado de Santa Catarina. Um dos principais destinos da Serra Catarinense, a Prefeitura apoia-se na gestão participativa para mobilizar os atores e colher os resultados.

Com 12 mil habitantes, Urubici recebe milhares de turistas interessados no frio, em esportes radicais e no contato com a natureza. Rico em atrativos naturais, o município saltou de sete locais de hospedagem, em 2003, para 600, em 2020. “Foi um crescimento acima do esperado. Agora, a preocupação do Poder Público é investir em infraestrutura para receber os visitantes da melhor maneira possível”, comenta.

Crescente – Para o secretário Municipal de Aceleração Econômica e Turismo, Marcos Cordiolli, o segmento é um dos que mais cresce na atualidade, principalmente, depois dos dois anos de pandemia, onde foi um dos setores mais afetados pelas restrições impostas para conter o avanço da covid-19. “Nosso foco, é investir na facilidade de acesso aos atrativos, na formação profissional das pessoas para um receptivo de qualidade e na oferta de serviços de padrão superior”, diz.

Cordiolli cita, ainda, o trabalho de âmbito regional iniciado pela Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense, com a criação da Câmara Técnica do Turismo. Com a constituição do Colegiado, os secretários municipais têm um canal de comunicação permanente e estabeleceu-se uma sinergia para cada um desempenhar melhor a função dele”, comenta.

Roteiros – Dentro das estratégias adotadas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), a elaboração de roteiro turísticos é um modelo que tem apresentado resultados positivos. “A experiência comprova que regionalizar e buscar integrar as atividades em torno de uma opção estrutura favorece na atração de turistas”, ressalta Terezinha Buzanello Freire, coordenadora estadual de Turismo Rural do IDR.

Multiplicar – Para os promotores e organizadores, o Fórum proporciona a multiplicação das experiências de sucesso compartilhadas com o público. A presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, a rentabilidade do turismo rural gera qualidade de vida e prosperidade no campo. O vice-prefeito de Maringá, Edson Scabora, diz que a atividade tem a vantagem adicional de contribuir para ampliar a arrecadação própria sem a necessidade de aumentar os impostos.

Daniele Bertaglia Vieira Begosso, coordenadora do evento, afirma que a iniciativa inspira empresários e gestores públicos a seguirem caminhos semelhantes dos apresentados. O gerente da mesorregião Noroeste do IDR, José Jaime Lima, considera que o turismo rural é uma oportunidade para diversificar as atividades nas pequenas propriedades.

O chefe do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, em Maringá, Jucival Pereira de Sá, diz que a atividade agrega valor para o pequeno produtor. O diretor de Políticas Ambientais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Rafael Andreguetto, o segmento é alvo do interesse de uma grande parcela da população que reside nos grandes centros. “Quem vive nas cidades grandes, quer ir para roça e colher frutas, cuidar dos animais, ordenhar as vacas. É um mercado em expansão”, avalia. (Assessoria)

Foto: Divulgação